VÍDEO: Chefe do MPSP é flagrado alertando Tarcísio sobre “mercado de esmeraldas”

Atualizado em 27 de novembro de 2025 às 20:43
Chefe do Ministério Público de São Paulo (MPSP) mostra ao governador Tarcísio a imagem da apreensão de esmeraldas durante a Operação Poço de Lobato. Foto: Divulgação/ Metrópoles

Um áudio captado por microfones durante entrevista coletiva nesta quinta-feira (27) registrou o procurador-geral de Justiça de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, comentando com o governador Tarcísio de Freitas a apreensão de esmeraldas na Operação Poço de Lobato. O material, que não havia sido mencionado publicamente até aquele momento, foi revelado após o vazamento das gravações.

No trecho captado, Oliveira e Costa afirmou a Tarcísio: “Governador, foi apreendido agora. A gente precisa ficar de olho no mercado de esmeraldas. Olha isso aqui, tudo com laudo. Tudo com laudo, governador. E é a terceira vez que aparece em operações.” A conversa ocorreu logo após o encerramento da coletiva sobre a operação.

A ação cumpriu 190 mandados de busca e apreensão contra pessoas físicas e jurídicas ligadas ao Grupo Refit, conhecido anteriormente como refinaria Manguinhos, que atua no setor de combustíveis. As ordens judiciais foram executadas em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia e Distrito Federal, segundo informações divulgadas pelas autoridades envolvidas.

Ao todo, oito pacotes de esmeraldas foram apreendidos. As embalagens, com pesos entre 500 g e 740 g, receberam laudos técnicos que identificaram as pedras como “esmeralda bruta” coletada em Itabira (MG). O pacote de maior peso foi avaliado em R$ 11,1 mil. As apreensões ocorreram em Campinas (SP), de acordo com os documentos anexados à investigação.

Em agosto, pacotes semelhantes haviam sido encontrados na residência de Celso Éder Gonzaga, que está preso preventivamente em investigação de fraudes no ICMS envolvendo grandes varejistas. Conforme reportado, Celso Éder foi sócio de um banco falso ao lado do fiscal Artur Gomes da Silva Neto, suspeito de receber R$ 1 bilhão em propina.

O reaparecimento das esmeraldas em diferentes operações chamou a atenção do Ministério Público paulista. Os itens permanecerão retidos enquanto a apuração avança sobre possíveis conexões entre as pedras e esquemas de fraude investigados em ações recentes conduzidas pelo MPSP.