
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a adotar um discurso duro contra a oposição nesta sexta-feira ao responsabilizar a chamada “esquerda radical” por grande parte da violência política no país. Durante uma entrevista de quase uma hora ao programa Fox and Friends, o republicano afirmou que muitos radicais de direita só adotam essa postura porque “não querem ver crimes”, em uma fala que soou como uma tentativa de relativizar a violência praticada por extremistas aliados.
Trump já havia antecipado esse argumento na noite anterior, quando conversou com repórteres na Casa Branca. Na ocasião, disse que “temos lunáticos da esquerda radical por aí e precisamos derrotá-los”. Questionado se a derrota deveria se dar por meios políticos ou outros tipos de enfrentamento, ele não foi explícito, mas em seguida pediu que seus apoiadores respondessem ao assassinato de Charlie Kirk, influenciador conservador morto com um tiro no pescoço, com “não violência”.
Na entrevista, um dos apresentadores sugeriu que tanto a direita quanto a esquerda tinham militantes extremistas. Trump rejeitou a hipótese e voltou a concentrar suas críticas no campo progressista. “Os radicais da direita muitas vezes são radicais porque não querem ver crimes. Os radicais da esquerda são o problema, eles são cruéis, horríveis e politicamente astutos”, declarou o presidente.
🚨 Donald Trump: “Os radicais da direita são ‘radicais’ porque não querem ver crimes… não queremos essas pessoas entrando, não queremos vocês queimando nossos shoppings. Não queremos vocês atirando no nosso povo no meio da rua.
Os radicais da esquerda são o PROBLEMA. E eles… pic.twitter.com/NA9ygMgSSs
— Vox Liberdade (@VoxLiberdade) September 12, 2025
O cenário político estadunidense, no entanto, mostra que ataques têm ocorrido em diferentes frentes, atingindo tanto republicanos quanto democratas. Casos recentes envolveram ameaças, atentados e intimidações a parlamentares de ambos os partidos, o que tem elevado o clima de tensão em ano eleitoral.
Ao tratar do assassinato de Kirk, Trump revelou que um suspeito está sob custódia, mas evitou dar informações adicionais. O presidente não comentou se havia vínculos políticos com o crime, mas desde o episódio tem sinalizado a hipótese de envolvimento da esquerda.
Em um dos momentos da entrevista, chegou a sugerir que o bilionário George Soros, de 95 anos, conhecido por financiar iniciativas progressistas, e sua família deveriam ser investigados por “agitação”. As declarações de Trump se alinham ao tom que ele vem adotando em sua campanha, em que tenta consolidar a ideia de que seus opositores representam uma ameaça à ordem.
O presidente tem insistido que a violência política é fomentada principalmente pela esquerda, ao mesmo tempo em que minimiza a atuação de grupos alinhados à direita radical, alguns deles já listados por agências federais como potenciais riscos à segurança nacional.
Na reta final da entrevista, o presidente também retomou críticas ao ex-presidente Joe Biden. De acordo com Trump, o democrata “não tinha ideia do que estava acontecendo” e estaria sendo manipulado por conselheiros ligados à esquerda radical. Usando uma frase recorrente em seus discursos, afirmou ainda que Biden “passava a maior parte do tempo dormindo”.