
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) declarou na última quarta-feira (18) que sua fuga para os Estados Unidos teve como objetivo evitar um suposto “bote” da Procuradoria-Geral da República (PGR). O “bananinha” também tinha receio de ser “humilhado” pelas autoridades ao retornar ao país.
A declaração foi feita nas redes sociais, enquanto o parlamentar comentava um programa jornalístico que questionava seu suposto status de exilado, já que ele não era alvo de investigação quando deixou o Brasil.
“A PGR não se manifestou porque estava esperando eu voltar para o Brasil para dar o bote, para me humilhar e tirar qualquer possibilidade que eu pudesse de fazer o meu trabalho lícito internacional, como o próprio PGR depois falou”, afirmou Eduardo Bolsonaro.
⏯️ Eduardo Bolsonaro diz que deixou Brasil para evitar “bote” da PGR
Parlamentar fez afirmação ao comentar sobre a possibilidade de ter passaporte recolhido, em reação a comentário jornalístico nas redes
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— Metrópoles (@Metropoles) June 19, 2025
A fuga
Eduardo Bolsonaro está fora do Brasil desde 27 de fevereiro, quando embarcou rumo aos EUA sob o pretexto inicial de férias. Poucos dias depois, o Partido dos Trabalhadores (PT) acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir a apreensão de seu passaporte, alegando que ele estaria atacando instituições brasileiras no exterior e violando a soberania nacional.
Em 18 de março, o deputado anunciou oficialmente que permaneceria nos EUA, afirmando que se licenciaria do mandato, sem salário, para “buscar as devidas sanções aos violadores de direitos humanos”, em referência ao ministro Alexandre de Moraes, do STF.
No fim de maio, Moraes autorizou a abertura de um inquérito contra Eduardo Bolsonaro para apurar crimes como coação no curso do processo, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito e obstrução de investigação sobre organização criminosa. A investigação foi motivada por uma representação do deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), líder do partido na Câmara.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apoiou a apuração e destacou declarações públicas de Eduardo Bolsonaro nas quais ele afirmava estar atuando junto ao governo Trump para que fossem impostas sanções contra ministros do STF, além de integrantes da PGR e da Polícia Federal.