VÍDEO: Como Nunes tentou usar o apagão passado para aumentar a taxa de luz e engordar o caixa da Enel

Atualizado em 20 de outubro de 2024 às 11:16
Ricardo Nunes, prefeito de São Paulo, em coletiva durante apagão de 2023. Foto: reprodução

Incapaz de realizar as podas das árvores que caíram sobre os fios de eletricidade, o prefeito Ricardo Nunes (MDB), sugeriu, durante o apagão de novembro de 2023, cobrar mais taxa dos moradores de São Paulo para que a Enel, empresa que gerencia a rede privatizada de energia na região metropolitana, enterre os cabos.

O que gerou muitas críticas há 11 meses, o candidato bolsonarista escondeu essa ideia entre suas propostas para vencer as eleições em 2024, contra o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), mas foi recuperada nas redes sociais neste domingo (20).

“Você já tem, pela regulação, uma possibilidade de fazer a cobrança de uma taxa de serviço, que tem um nome mais específico, contribuição de melhoria. Eu já fiz umas três reuniões com a Enel. Eu já fiz uma reunião com o Sandoval, desde o ano passado nós estamos tratando disso”, disse ele em entrevista coletiva.

“A gente tá desenvolvendo um plano para apresentar para a sociedade, de alguns casos, onde o contribuinte, o morador, o munícipe pode aceitar, dele pagar uma taxa de contribuição”, continuou Nunes. “Não farei de forma obrigatória. A ideia é fazer com que a gente possa apresentar”.

“Sei lá, pega um quarteirão de um bairro qualquer e fala ‘tenho essa opção, você deseja aderir?'”, explicou o prefeito de São Paulo. “Se houver uma grande maioria, uma parte a prefeitura entra, outra parte o munícipe entra. E a gente consegue acelerar um pouco a questão do enterramento”, sugeriu.

Vale lembrar que, durante o mandato de Fernando Haddad (PT), entre 2013 e 2016, ele chegou a obrigar que a Enel cumprisse o contrato e realizasse as obras de enterramento dos cabos, mas a Justiça o impediu de prosseguir com a cobrança.

No processo de privatização, assinado por Gilberto Kassab (PSD) em 2006, o contrato previa que 100% da fiação fosse enterrada em até 24 anos. Porém, 18 anos após o controle da energia em São Paulo ser assumida pela empresa italiana, apenas 6% dos fios estão abaixo da terra.

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