VÍDEO: Constantino expos a filha ao defender tese medieval, misógina e machista, além do próprio ego

Atualizado em 5 de novembro de 2020 às 8:37

Há violências e violências no caso Mariana Ferrer. Mas todas elas indicam que o Brasil precisa urgentemente discutir identidade de gênero, inclusive nas escolas.

Esse debate foi interditado por lideranças de extrema direita, que inventaram a expressão “ideologia de gênero”.

Ensinar identidade de gênero nas escolas evitaria que, no futuro, elas se tornassem um Rodrigo Constantino, por exemplo.

O comunicador de ultra direita foi demitido da Jovem Pan depois defender uma tese medieval, em que violou Mariana Ferrer, vítima de estupro em Santa Catarina, e a própria filha.

Desqualificou também as mulheres feministas, que ela chamou de “recalcadas, ressentidas, normalmente ‘mocreias’, vadias, odeiam homens, odeiam união estável, casamento, odeiam tudo isso”.

Misoginia em estado bruto.

Depois de Mariana Ferrer, a maior vítima, nesse caso, é a filha de Constantino, da qual se sabe muito pouco, exceto que tem um pai que disse que a colocaria de castigo caso fosse estuprada em uma festa.

Laura é o nome dela. Constrangida, ela foi à sua rede social para dizer que, em síntese, que não acredita que o pai seja um monstro.

Certamente, ela manteria sua vida discreta se não fosse alvo de tantas manifestações, em solidariedade a ela e com críticas pesadas ao pai.

Laura merece solidariedade, efetivamente. Ao vê-la triste, quase chorando, impossível não sentir repugnância por Constantino. Em defesa de seu pensamento primitivo, ele expos a própria filha.

Por isso, merece o desprezo da sociedade já civilizada, sem desconsiderar que o Ministério Público pode analisar o caso sob a ótica da apologia ao crime.

Mas esta é outra discussão. Aqui fica o registro da solidariedade a Laura, que não teve a chance de escolher o pai.