VÍDEO: Dado Dolabella culpa Dilma por condenação por agressão contra Luana Piovanni

Atualizado em 15 de novembro de 2025 às 9:04
Dado Dolabella em entrevista à Record. Foto: reprodução

O ator Dado Dolabella voltou a mencionar o processo em que foi acusado de agredir a ex-namorada Luana Piovani e afirmou que a ação teve motivação política. A declaração foi dada em entrevista concedida na última quinta-feira (14), em frente à 14ª DP do Leblon, no Rio de Janeiro, onde o ator buscava uma medida cautelar contra Marcela Tomaszewski.

Segundo ele, em entrevista ao Portal Leo Dias, a sentença sofrida anos atrás teria sido “uma condenação política”, envolvendo supostamente a então presidente Dilma Rousseff, o que teria levado seu advogado atual a conseguir a anulação.

“Na época, eu tinha 27 anos e não tinha a maturidade que tenho hoje. E muito menos a advogada que me acompanha atualmente. Se eu tivesse a maturidade e a advogada que tenho hoje, com certeza o que saiu na mídia seria diferente. Tanto que, na Justiça, ela não conseguiu nenhuma condenação. A única que obteve foi anulada por ser uma condenação política”, disse.

Dado repetiu declarações concedidas anteriormente, sustentando que Luana teria recebido “ajuda” da ex-presidente. “A presidente Dilma fez uma medida para a ministra desarquivar o processo e me dar a condenação política. Quando o meu advogado viu isso, ele anulou automaticamente”, afirmou.

As alegações, porém, não correspondem ao funcionamento institucional do Judiciário. O processo foi movido pelo Ministério Público, como ocorre em casos de violência doméstica, e Dado chegou a ser condenado mais de uma vez, com reviravoltas posteriores nos tribunais. Além disso, presidentes da República não têm poder de interferir em processos judiciais.

No caso envolvendo Luana, a única manifestação de Dilma Rousseff ocorreu publicamente, quando ela comentou no então Twitter a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que reconheceu a aplicação da Lei Maria da Penha em qualquer agressão contra mulheres.

O processo começou em 2008, após uma agressão em uma boate no Rio. O caso foi inicialmente tratado pelo Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, em meio a debates que ainda ocorriam na época sobre os limites da Lei Maria da Penha. Em 2010, Dado foi condenado a dois anos e nove meses de prisão.

Seu advogado recorreu alegando que a lei não deveria ser aplicada. Em 2013, o Tribunal de Justiça anulou a condenação, entendendo que não se tratava de violência doméstica.

O STJ reverteu novamente em 2014, decisão essa que Dado hoje rotula de “política”. Contudo, quando o caso chegou ao Superior Tribunal Federal (STF), o crime já estava prescrito, a pena não poderia mais ser executada desde 2012.

À época, Luana Piovani agradeceu publicamente a Dilma pelo reconhecimento da importância do caso, mas isso não teve impacto jurídico. “Tenho minhas observações quanto ao Governo Federal, mas sou grata à presidenta por, nessa questão tão primordial para a dignidade da mulher brasileira, ter sido uma grande chefe de Estado”, escreveu. O processo, já inaplicável pela prescrição, foi arquivado em 2016.

Augusto de Sousa
Augusto de Sousa, 31 anos. É formado em jornalismo e atua como repórter do DCM desde de 2023. Andreense, apaixonado por futebol, frequentador assíduo de estádios e tem sempre um trocadilho de qualidade duvidosa na ponta da língua.