VÍDEO: De volta ao Brasil, médico bolsonarista que assediou egípcia chora e diz que foi “infantil e infeliz”

Atualizado em 9 de junho de 2021 às 13:30
Médico Victor Sorrentino foi preso quando tentava deixar o país (Foto: Reprodução)

O médico Victor Sorrentino, detido no Egito após ter postado um vídeo no qual diz palavras de cunho sexual a uma vendedora muçulmana, fez seu primeiro pronunciamento público após voltar ao Brasil. Em uma live postada na noite desta terça (8) no Instagram, onde tem 932 mil seguidores, ele pediu desculpas por ter divulgado o vídeo em que expõe a mulher, disse que saiu do Egito sem dever nada à Justiça e que passou “os melhores e piores momentos” de sua vida no país.

“Eles me investigaram e foi uma investigação maçante. Eu sofri muito, muito mesmo. Passei os melhores e piores momentos da minha vida. Os piores porque eu nunca imaginei que eu fosse passar por aquilo e nunca imaginei que minha família fosse passar pelo que ela passou. Ficaram sem ter notícias minhas durante um período. Essa investigação foi muito dolorosa porque eles não sabem o quanto as pessoas aqui estavam sofrendo”, disse.

Ele conta, então, o “contexto” do que aconteceu. Afirma que não teve tempo de pesquisar sobre a cultura egípcia porque a viagem foi decidida com três dias de antecedência e que o clima na loja de papiros onde a vendedora trabalhava era de brincadeira, inclusive de cunho sexual. Diz, também, que ela fala português fluentemente.

Em seguida, mostrou uma foto em que posou ao lado da atendente, com figuras mitológicas desenhadas com o pênis ereto ao fundo, e um vídeo de outros vendedores do local fazendo piadas com o tamanho do pênis de brasileiros e egípcios.

“Editaram o vídeo, só aquela parte, traduziram pra língua árabe e divulgaram nas redes sociais”, afirmou. “Vocês percebem que naquele clima de brincadeira, cometer um descuido como eu cometi… E esse descuido é um erro, não medir as palavras, usar as palavras erradas numa brincadeira que eu não tinha o direito de fazer com ela, apesar de que a gente tinha pedido pra filmar ela explicando as coisas… Isso pode tomar uma dimensão gigantesca. Fui super infeliz com a brincadeira que eu fiz.”

“Uma pessoa como eu, que toca tantas vidas de tantas pessoas, não tinha o direito de fazer isso”, completou em outro momento.

Sorrentino reconheceu que foi “reativo” às primeiras mensagens negativas que recebeu sobre o vídeo e que demorou a apagá-lo. Reiterou também que pediu desculpas à vendedora e à sua família várias vezes.

Segundo ele, a egípcia não quis prestar queixa nem aceitou nenhum tipo de pagamento. Na live, o médico se refere a si próprio em terceira pessoa várias vezes.

“As autoridades decidiram em tudo que investigaram dos fatos que não havia motivos para abrir um processo para o Victor, não havia motivos para deportar o Victor, não havia motivos para reter o passaporte do Victor e que portanto o Victor deveria seguir o seu curso para casa com o passaporte, podendo voltar para o Egito quando quisesse sem ter que pagar absolutamente nada a não ser o preço do sofrimento de ter ficado praticamente seis dias sendo investigado em condições que são diferentes de condições do Brasil.”