
Em um depoimento impactante à Polícia Federal, o tenente-coronel Mauro Cid confirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro teve acesso a uma minuta de decreto que propunha a anulação das eleições presidenciais e a convocação de um novo pleito.
Cid, que está colaborando com a Justiça através de sua delação premiada, afirmou que o jurista Amauri Saad, próximo ao governo, participou de várias reuniões com Bolsonaro para discutir o documento. As reuniões, segundo ele, ocorreram entre os dias 12 e 22 de novembro de 2022, ou, em uma alternativa menos provável, entre 5 e 12 de dezembro do mesmo ano.
Durante seu depoimento, Cid destacou que a minuta previa não apenas a anulação das eleições, mas também a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.
"Todo mundo quer saber, todo mundo quer perguntar, quer falar… Eu falei da minuta, eu vi a confecção, eu vi o presente tocando.Mas o detalhe disso aí eu não sei", afirmou Mauro Cid em sua delação.
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— GloboNews (@GloboNews) February 20, 2025
Quando questionado sobre a participação de Bolsonaro nas reuniões que abordaram a minuta, Cid confirmou de forma enfática. “Nova eleição”, afirmou, corroborando a existência de um plano golpista. Ele também confirmou que Amauri Saad esteve mais de uma vez no Palácio do Planalto para discutir o tema diretamente com Bolsonaro.
Em um segundo momento de seu depoimento, Cid revelou que viu Bolsonaro “tocando” a minuta do decreto. “Eu vi a confecção, eu vi o presidente tocando”, declarou, ressaltando a proximidade do ex-presidente com a articulação do golpe.
Esse depoimento fortalece a tese da Procuradoria-Geral da República (PGR), que alega que Bolsonaro não apenas tinha conhecimento da proposta de golpe, mas também esteve ativamente envolvido em sua articulação. A revelação de Cid pode ter implicações significativas nas investigações em andamento sobre os eventos que cercaram o período pós-eleitoral.
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