
O ex-presidente Jair Bolsonaro chorou copiosamente em um culto evangélico nesta quinta-feira (24), em Brasília, em meio às medidas cautelares impostas a ele pelo STF (Supremo Tribunal Federal). Mais cedo, ele foi advertido pelo ministro Alexandre de Moraes quanto ao cumprimento das medidas.
O líder de extrema-direita, que está usando tornozeleira eletrônica, esteve acompanhado de familiares e aliados na Catedral da Benção, na região administrativa de Taguatinga. O ex-capitão chegou à igreja na companhia de seu filho mais novo, o vereador Jair Renan, do senador Magno Malta e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Ao ser abordado por jornalistas, o ex-presidente fez questão de se manter em silêncio, respondendo apenas: “Eu não vou falar, pelo amor de Deus”. Durante o culto, ele se manteve na primeira fila, levando as mãos ao rosto enquanto chorava.
Prisão se aproximando e Bolsonaro chorando na igreja. E daí, eu não sou um lenço! pic.twitter.com/GCJBtkb2bI
— GugaNoblat (@GugaNoblat) July 24, 2025
Michelle falou brevemente com a imprensa e expressou seu desconforto com a situação. “A perseguição dói, a falta de liberdade dói. Dói não poder sair com a família, dói não poder ir ao McDonald’s com a minha filha e não poder chegar e pedir o pedido, ter que ficar no carro esperando porque temos que ter cuidado com a nossa segurança”, afirmou
Além da tornozeleira eletrônica, o ex-presidente foi proibido de fazer uso das redes sociais, tanto diretamente quanto por intermédio de terceiros, conforme o que foi estabelecido por Moraes. A proibição está vinculada ao risco dele continuar se manifestando nas plataformas digitais, o que poderia resultar em mais problemas legais.
Em sua decisão, Moraes reforçou que Bolsonaro não está proibido de conceder entrevistas a veículos de imprensa, mas a restrição às redes sociais continua em vigor. Para evitar o risco de ser preso por descumprir essa ordem, Ele tem optado por não se manifestar publicamente, evitando também declarações que possam ser repercutidas em plataformas de terceiros.
O ministro também foi claro sobre as consequências de um possível novo descumprimento da decisão: “Se houver novo descumprimento, a conversão [em prisão] será imediata”, declarou. A medida de cautela foi imposta após o ex-presidente ser investigado por envolvimento em tentativas de desestabilização do processo eleitoral de 2022, incluindo ações relacionadas ao uso indevido de redes sociais.