VÍDEO: “Desigualdade trava o Brasil”, diz Haddad em crítica à elite econômica

Atualizado em 9 de julho de 2025 às 7:11
O ministro Fernando Haddad no canto direito de foto, falando, sério, olhando para o lado
O ministro Fernando Haddad – Reprodução/YouTube

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (8) que o chamado “voo de galinha” do crescimento econômico brasileiro é causado pela falta de renda da população. Em entrevista concedida ao portal Metrópoles, transmitida ao vivo no YouTube, o petista comentou também sobre o novo decreto do IOF, destacando que a medida visa corrigir distorções estruturais da economia.

“Não existe nenhuma economia desenvolvida com esse nível de desigualdade. Nós precisamos enfrentar isso se nós quisermos ter um crescimento sustentável. Fala-se de voo de galinha. O voo de galinha acontece porque as pessoas não têm renda. Não têm renda”, disse, reforçando que combater a desigualdade é condição para um avanço econômico duradouro.

Haddad também alertou para a gravidade do cenário de desigualdade no Brasil, que, segundo ele, supera o de dezenas de países africanos. De acordo com levantamento solicitado pelo próprio ministro, de 54 nações africanas analisadas, apenas sete apresentam índices de desigualdade maiores que os brasileiros:

“Estou dizendo aqui que o Brasil é mais desigual do que 47 países africanos, que a América Latina é o continente mais desigual do mundo. Nós estamos querendo corrigir”.

Durante a entrevista, Fernando Haddad ainda fez uma crítica contundente ao comportamento de uma minoria influente nas redes sociais, cobrando maior compromisso social da elite econômica brasileira: “Nós devemos comemorar o fato de que, de novo, nós estamos entre as dez maiores economias do mundo, de novo com o governo Lula, mas nós continuamos entre as dez piores economias do mundo do ponto de vista da igualdade social, da distribuição de renda”.

“Como é razoável que 1% da população faça esse inferno na internet dizendo que nós estamos colocando nós contra eles nós quem? 99% contra 1%? Como assim? E contra por que? Se eles não pagam nem o que nós pagamos, se eles pagassem pelo menos o que nós pagamos, 99% estava de boa. Mas não, esse 1% não quer pagar nem o que os 99% pagam”, reforçou ele.

O petista completou: “Então, a pergunta é nós contra eles ou eles contra nós? O que está acontecendo no Brasil? Por que esse 1% tem tanta influência no país pagando menos do que os 99%? Olha, ou a gente começa a colocar o dedo nas feridas históricas do Brasil, eu estou falando de feridas de 500 anos”.