
A diretora de Auditoria de Previdência da Controladoria-Geral da União (CGU), Eliane Viegas Mota, afirmou, nesta quinta-feira (4), o órgão alertou autoridades em 2021, ano em que Jair Bolsonaro era o então presidente, sobre irregularidades nos descontos de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Ela foi questionada sobre o tema pelo deputado Alfredo Gaspar (União Brasil-AL), relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, nesta quinta (4). Eliane foi ouvida na condição de testemunha.
“Eu quero saber se em 2021 foi feita alguma comunicação da CGU para alguma autoridade da República sobre irregularidade de desconto associativo”, questionou o deputado.
Em resposta, Eliane afirmou: “Se nós pegarmos as atas do GTI [Grupo de Trabalho Interinstitucional] Previdência, nos teremos, sim, manifestação. Não só da CGU, mas do Ministério Público, da Defensoria Pública da União. Por isso que estou falando especificamente, eu preciso pegar ano a ano”.
A servidora foi interrompida na sequência e o relator do colegiado afirmou que tinha uma “pergunta objetiva” e que gostaria de resposta. Paulo Pimenta (PT-RS) tentou acalmar o colega, que continuou interrompendo a depoente.
Veja:
🚨 URGENTE: servidora da CGU confirma que órgão avisou o governo Bolsonaro, em 2021, sobre descontos indevidos nos salários dos aposentados!
O relator bolsonarista da CPMI do INSS, Alfredo Gaspar, parece não ter gostado muito do depoimento 😂 pic.twitter.com/dOSPBl9fp8
— Análise Política 2 (@analise2025) September 4, 2025
Eliane não esclareceu como foi feita a comunicação e qual autoridade ou órgão foi alertado sobre os descontos, que geraram uma operação contra o esquema bilionário da fraude no INSS em abril deste ano.
Em outro momento da CPMI, ela disse que o INSS tomou conhecimento sobre as fraudes em 2019, mas que o instituto optou por não fazer nada. Ela afirmou que só soube do esquema após uma denúncia feita pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), que recomendou a suspensão dos acordos, mas não teve sucesso.