VÍDEO: Duda Salabert sofre ataque transfóbico de deputado bolsonarista

Atualizado em 5 de novembro de 2025 às 17:27
Duda Salabert é alvo de ataque transfóbico pelo deputado Gilson Marques durante votação na Câmara. Foto: Ddovilgaçãop

A deputada Duda Salabert (PDT-MG) foi alvo de transfobia do deputado bolsonarista Gilson Marques (NOVO-SC) após criticar a posição de seu partido durante a votação do PL do Gabinete Compartilhado, que propõe incluir a educação climática nas políticas nacionais de meio ambiente.

O Novo havia tentado retirar do texto a expressão “justiça climática”. Durante a votação, Duda afirmou que o partido representava “o bolsonarismo de sapatênis”, em referência ao posicionamento da legenda.

“O partido Novo quer suprimir do texto o termo ‘justiça climática’”, disse Duda. “Não há justiça social sem justiça climática. Nosso voto é pela manutenção do texto e pelo repúdio a esse partido nanico chamado NOVO”.

A resposta de Gilson Marques veio carregada de transfobia. O deputado ironizou a aparência da colega e associou sua identidade de gênero à crítica feita. “Logo a Duda, que todos conhecem as escolhas estéticas que ela utiliza. Basta olhar as vestimentas dela pra saber o que é positivo e negativo”, disse o parlamentar, em tom de deboche.

Duda reagiu imediatamente e lembrou que a transfobia é crime no Brasil. “O deputado que me antecedeu nunca falou da roupa de ninguém, mas decidiu falar da roupa de uma travesti. Isso revela não apenas transfobia, mas misoginia. Tudo o que remete ao feminino é tratado como negativo por esse partido, que é o bolsonarismo de sapatênis”, respondeu.

A deputada ainda criticou o desvio de foco no debate legislativo. “Discutir roupas é rebaixar o Parlamento. Eu acho breguíssimo esse uniforme de terno cinza que muitos usam, mas não viemos aqui discutir moda. Estamos tratando da crise climática, de vidas em risco e de responsabilidade ambiental”, afirmou, em discurso que recebeu apoio de parlamentares de diferentes bancadas.

Após o embate, o projeto foi aprovado pela Câmara. O texto garante que o Ministério do Meio Ambiente e órgãos ligados à área promovam ações educativas e de conscientização sobre desastres naturais e justiça climática, com recursos assegurados. A proposta segue agora para análise do Senado.

Nas redes sociais, Duda comemorou a vitória. “A Câmara acaba de aprovar o projeto de educação climática, do qual sou coautora. É um avanço concreto no enfrentamento das mudanças climáticas, com base na ciência e no compromisso com o futuro”, escreveu.

Guilherme Arandas
Guilherme Arandas, 27 anos, atua como redator no DCM desde 2023. É bacharel em Jornalismo e está cursando pós-graduação em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Grande entusiasta de cultura pop, tem uma gata chamada Lilly e frequentemente está estressado pelo Corinthians.