
O presidente Lula abriu oficialmente a COP30 nesta segunda (10), em Belém (PA), primeira conferência do clima realizada na Amazônia. Ele afirmou que o evento é uma forma de “impor nova derrota aos negacionistas”.
“Fazer a COP aqui é um desafio tão grande quanto acabar com a poluição do planeta Terra. Seria mais fácil fazer a COP em uma cidade que não tivesse problema, mas a gente resolveu aceitar fazer a COP em um estado da Amazônia, para provar quando se tem disposição e compromisso com a verdade, a gente prova que não tem nada impossível, o impossível é não ter coragem para enfrentar desafios”, disse o presidente.
Lula declarou ainda que a conferência marca um momento de enfrentamento à desinformação. Ele afirmou que a crise climática exige ação imediata e que “a mudança do clima não é uma ameaça do futuro, mas uma tragédia do presente”.
“A COP30 será a COP da verdade. Na era da desinformação, os obscurantistas reagem não só à ciência, mas às regras do multilateralismo. Atacam instituições, ciência, universidades. É momento de impor nova derrota aos negacionistas”, prosseguiu.
DERROTAR O NEGACIONISMO | "Na era da desinformação, os obscurantistas rejeitam não só as evidências da ciência, mas os progressos do multilateralismo. É momento de impor uma nova derrota aos negacionistas", afirma @LulaOficial durante abertura da @Cop30noBrasil. pic.twitter.com/e1jpWhcHuC
— CanalGov (@canalgov) November 10, 2025
Ele também direcionou críticas à destinação de recursos globais. Lula comparou gastos militares com investimentos ambientais: “Se os homens que fazem guerra estivessem aqui iriam perceber que é muito mais barato colocar US$ 1 bilhão para acabar com o problema climático do que colocar US$ 2 trilhões para fazer guerra como fizeram no ano passado”.
O presidente mencionou ainda o combate ao racismo ambiental, tema que o Brasil pretende fortalecer nas negociações internacionais. Segundo ele, populações vulneráveis sofrem desproporcionalmente os impactos da crise climática, o que exige políticas específicas.
A COP30 reúne cerca de 50 mil participantes, incluindo diplomatas, ativistas, líderes políticos e representantes do setor privado. A Cúpula de Líderes, encerrada na última sexta, já havia indicado prioridades: acelerar a transição energética, ampliar o financiamento climático e proteger florestas tropicais.