VÍDEO: Eduardo Bolsonaro chama Moraes de “gangster”, “psicopata” e “mafioso”

Atualizado em 14 de agosto de 2025 às 18:35
O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro. Foto: Saul Loeb/AFP

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) chamou o ministro Alexandre de Moraes de “gangster”, “psicopata” e “mafioso” em entrevista à agência Reuters, nesta quinta-feira (14), em Washington.

Durante a viagem aos Estados Unidos, ele disse estar defendendo a aplicação de sanções direcionadas ao magistrado e à sua família, além de prever que restrições semelhantes possam atingir o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e a ex-presidente Dilma Rousseff, por causa do envolvimento com o programa Mais Médicos.

O parlamentar foragido levantou suspeitas sobre a conduta da esposa de Moraes, que é advogada e só teria alcançado sucesso na profissão após a nomeação do marido à Suprema Corte.

Segundo Eduardo, medidas punitivas contra outros integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) são menos prováveis neste momento, já que o foco das autoridades norte-americanas estaria voltado para Moraes. Ele também afirmou que espera que os Estados Unidos ampliem as tarifas sobre produtos brasileiros e adotem novas sanções contra autoridades nacionais.

O parlamentar declarou que “não existe cenário em que o STF saia vitorioso” da crise política envolvendo o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. Ele argumentou que o Brasil não conseguirá negociar a redução das tarifas impostas pelo governo Donald Trump sem que o STF faça concessões.

As medidas comerciais atuais afetam exportações de carne bovina, café, peixes, calçados e outros itens. O Supremo não se manifestou sobre as declarações, enquanto Moraes já defendeu suas decisões como forma de preservar a democracia, com apoio da maioria da Corte.

Jair Bolsonaro está sendo julgado pela tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, nas quais foi derrotado. Ele nega as acusações e cumpre prisão domiciliar, estando proibido de manter contato com o filho e com autoridades estrangeiras. A investigação também inclui as articulações feitas junto ao governo Trump para interferir nos processos em curso no Brasil.

Eduardo Bolsonaro, que se mudou para os Estados Unidos em março, disse que pretende permanecer no país por “um bom tempo” e não descartou a possibilidade de pedir asilo e, no futuro, cidadania norte-americana. Ele afirmou que novas tarifas sobre produtos brasileiros podem ser aplicadas caso, em suas palavras, “as autoridades brasileiras não mudem de comportamento”.