
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) voltou a causar polêmica ao divulgar um vídeo em que aparece exibindo um autógrafo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Nas imagens, ele envia um “recado” direto às autoridades brasileiras.
“Vocês acham mesmo que são vocês que vão conseguir parar e enrolar esse cara aqui? Estou dando mais uma vez um conselho a vocês (…) Sou a melhor fonte.” A fala foi classificada como um delírio por críticos, pela forma como mistura idolatria a Trump e ataques ao Judiciário brasileiro.
De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, Eduardo esteve recentemente em Washington, onde participou de encontros com integrantes do governo Trump. Entre os temas abordados, estava a repercussão no Brasil das sanções impostas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e a possibilidade de que essas medidas sejam ampliadas para pessoas próximas ao magistrado.
Durante reunião com o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, o deputado teria sugerido que a advogada Viviane Barci, esposa de Moraes, fosse incluída na lista de punidos com base na Lei Magnitsky. O mecanismo foi usado no fim de julho para sancionar o próprio ministro, e agora Eduardo pressiona para que as restrições sejam estendidas ao núcleo familiar.
🚨VEJA – Eduardo Bolsonaro mostra autógrafo que recebeu de Trump e manda recado às autoridades dos Brasil
“Vocês acham mesmo que são vocês que vão conseguir parar e enrolar esse cara aqui? Estou dando mais uma vez um conselho a vocês (…) Sou a melhor fonte.” pic.twitter.com/sR3imflANX
— SPACE LIBERDADE (@NewsLiberdade) August 17, 2025
Segundo a Folha, Eduardo alegou às autoridades norte-americanas que os ganhos financeiros da família Moraes estariam diretamente ligados à atuação da esposa do ministro, sustentando que ambos operariam “como uma só pessoa”.
O parlamentar também afirmou que a advogada teria obtido vantagens profissionais após a nomeação de Moraes ao STF. O deputado ainda levou relatos de que bancos brasileiros não estariam aplicando integralmente as sanções impostas pelos Estados Unidos, permitindo que contas de Moraes permanecessem ativas.
Paulo Figueiredo que acompanhou os encontros, teria reforçado a percepção de que o sistema financeiro nacional não está alinhado às determinações da gestão Trump. Eduardo aproveitou as reuniões para se apresentar como alvo direto das decisões do ministro. Ele afirmou que suas contas bancárias e as de sua esposa, Heloísa Bolsonaro, foram bloqueadas por determinação de Moraes.
O parlamentar interpretou a medida como uma tentativa de enfraquecê-lo politicamente e de prejudicar sua imagem junto a aliados internacionais. As conversas em Washington ocorrem em um momento de tensão entre o governo brasileiro e a administração Trump.
Após impor sanções contra o Brasil e membros do STF, a Casa Branca reduziu os canais de diálogo com Brasília, ampliando o isolamento diplomático em torno da crise. A atuação de Eduardo em Washington é vista como um movimento paralelo de articulação política, mas também como uma escalada na tentativa de pressionar instituições brasileiras.