Nunca entendia essa situação. Se o Brasil reconhece Guaidó como presidente da Venezuela por que a embaixadora Maria Teresa Belandria @matebe ,indicada por ele, não estava fisicamente na embaixada? Ao que parece agora está sendo feito o certo, o justo. pic.twitter.com/nQbTWBr55Q
— Eduardo Bolsonaro?? (@BolsonaroSP) November 13, 2019
A criminosa invasão da embaixada da Venezuela em Brasília, ocorrida nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira (13), tem um agente provocador claro. Trata-se do ex-futuro embaixador do Brasil nos Estados Unidos, Eduardo Bolsonaro.
No dia 28 de agosto último, em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, o parlamentar afirmou o seguinte:
“Eu não sei porque o governo brasileiro ainda não expulsou o embaixador venezuelano no Brasil. A partir do momento em que Jair Bolsonaro reconhece como presidente legítimo da Venezuela (…)
Juán Guaidó, eu não sei porque não está sentada dentro da embaixada a embaixadora [Maria Teresa] Belandria (…). Às vezes, quando vou ao exterior, nós somos criticados porque a nossa fala é de uma maneira e a conduta é de outra. Isso tem que acabar.
Não podemos deixar confortável qualquer pessoa, do alto e do baixo escalão da quadrilha do Maduro (…) onde quer que seja. (…) E além disso vou mais além. A gente teria que cancelar todos os passaportes diplomáticos venezuelanos. Não reconhecer mais isso. Porque eles usam o passaporte para fazer o tráfico de drogas”.
Na manhã desta quarta, ele completa a lambança com o seguinte tuíte:
“Nunca entendia essa situação. Se o Brasil reconhece Guaidó como presidente da Venezuela por que a embaixadora Maria Teresa Belandria @matebe ,indicada por ele, não estava fisicamente na embaixada? Ao que parece agora está sendo feito o certo, o justo”.
Eduardo Bolsonaro não apresentou prova alguma para as graves acusações que fez. Mas revelou-se um grande incentivador do clima de ódio contra a embaixada de um país que nunca cometeu qualquer agressão ao Brasil. Daí a uma ação truculenta como a invasão da sede diplomática é um passo.
Embora Jair Bolsonaro tenha reconhecido Juán Guaidó como autoproclamado presidente, as relações diplomáticas não foram rompidas. A invasão viola normas do direito internacional.
Que fique claro: a embaixada é território estrangeiro. O que o 03 incentiva tem nome. É crime!
A fala está entre os minutos 2:23:30 e 2:24:59 do vídeo abaixo: