O deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) participou nesta manhã de ato no 1º de Maio, em Niterói, no Rio de Janeiro. Durante a manifestação ele disse que a sua prisão por fazer ameaças a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) é “inconstitucional”.
O parlamentar foi condenado em 20 de abril a oito anos e nove meses de prisão, em regime inicialmente fechado, por ataques feitos a integrantes da Corte. Também foi determinada a perda do mandato e a suspensão dos direitos políticos. No dia seguinte à condenação, o presidente Jair Bolsonaro (PL) concedeu perdão ao deputado.
Apresentado como “o homem que vai explodir o STF”, Silveira subiu no carro de som, às 10h15. Com gritos de “eô, eô, Daniel pra Senador”, o parlamentar fez um breve discurso pela sua liberdade.
Nas caixas de som, uma paródia do funk “Baile de Favela” em apoio ao presidente cantou frases sexistas: “As minas de direita são as top mais belas, enquanto as de esquerda têm mais pelo que cadela”, “para as feministas ração na tigela” e “Maria do Rosário [deputada federal pelo PT] não sabe lavar panela”.
Ele não mencionou as eleições, apenas afirmou que “aqui não tem teoria da conspiração, é muito real” e disse que “estava muito próximo de acontecer. Se não fosse o presidente Bolsonaro, essa cor amarela e verde não estaria acontecendo, estaria vermelha”.
O ato, iniciado às 9h em frente à reitoria da Universidade Federal Fluminense (UFF), foi divulgado como “ato pela liberdade e em apoio ao presidente” nas redes sociais de políticos próximos a Silveira, que está com as mídias sociais bloqueadas por decisão da Justiça.
Veja o vídeo
Daniel Silveira fala com Niterói.
Bolsonaro 22. pic.twitter.com/BKxdgqcUKk— Bernardino Nilton Nascimento (@Bernilton) May 1, 2022
Na concentração também houve críticas ao uso da bandeira do arco-íris pela população LGBTQIA+ e a uma suposta tentativa da esquerda de transformar as crianças em gays. “Menino veste azul e menina veste rosa”, disse um dos discursantes ao microfone.
A um público com poucos jovens, majoritariamente mais velho, o ato foi chamado também de “a festa da democracia, do verdadeiro trabalhador”. Diferentemente da última manifestação de 7 de setembro, havia poucas referências às Forças Armadas.
Estavam presentes também o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), seu irmão Renan Jordy, economista e pré-candidato a deputado estadual pelo PL, e o deputado estadual Coronel Salema (PL), que distribuía flyers por sua recandidatura.