O empresário Ruan Davi divulgou um vídeo em suas redes sociais afirmando ter demitido cerca de 13 funcionários que declararam voto no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no 2º turno, marcado para 30 de outubro.
A prática é considerada crime eleitoral. Ruan Davi tem publicado em sua conta no Instagram vídeos em que demonstra apoio a Bolsonaro e direciona ofensas a Lula.
“Acabei de chegar na empresa e descobri que aqui tinha de 12 a 13 pessoas, vou até mandar 13, se tiver 13 é melhor ainda que vai um número de esquerdista, que a galera ia votar no Lula. Acabei de fazer a demissão deles agora”, disse.
Veja a íntegra do vídeo:
🔴 CRIME
Empresário Ruan Davi afirma que demitiu 12 funcionários porque eles decidiram apoiar Lula
"A galera ia votar no Lula, acabei de fazer a demissão deles agora" pic.twitter.com/oIqYnSD1Tp
— [email protected] (@lilmarlima) October 11, 2022
Crime eleitoral
Um conjunto de denúncias de crimes eleitorais praticados por empresários e administradores públicos bolsonaristas vieram à tona nos últimos dias. A maioria delas está relacionada com assédio e ameaça de demissão caso o atual mandatário não seja reeleito.
Em Caiana (MG), na Zona da Mata mineira, o prefeito Maurício Pinheiro Ferreira pressionou, em vídeo publicado em seu Instagram nesta terça-feira (4), servidores a mudarem o voto para Jair Bolsonaro no dia 30 de outubro. Ele chega a dizer que não se responsabilizará pelo pagamento dos salários caso seu candidato não saia vencedor.
Casos semelhantes foram registrados em cidades como Não-Me-Toque (RS), Potirendaba (SP) e Tijucas do Sul (PR). Na cidade gaúcha, o vice-prefeito Gilson Trennepohl emitiu um comunicado sugerindo uma demissão em massa caso Lula seja eleito. O eufemismo utilizado por Trennepohl foi a “redução da base orçamentária em 30%”. Ele é dono de uma empresa de máquinas agrícolas e doou R$ 350 mil para a campanha de Bolsonaro.
Já em Potirendaba (SP) uma funcionária de prefeitura denunciou a gestora Gislaine Franzotti (PTB) por coação e assédio; e Tijucas do Sul (PR) ficou marcada pela ameaça que o empresário Leonides Bogo Júnior, conhecido como Oni Jr., fez aos funcionários de seu posto de gasolina. “Caso a esquerda ganhe, eu irei demitir mais de 50 colaboradores”, disse na ocasião.