VÍDEO – Ex-assessor de Bolsonaro leva bronca de auxiliar de Moraes: “Vai concluir?”

Atualizado em 24 de julho de 2025 às 16:49
O antigo assessor para assuntos internacionais de Jair Bolsonaro, Filipe Martins. Foto: Divulgação

O ex-assessor internacional de Jair Bolsonaro, Filipe Martins, protagonizou momentos de tensão durante seu depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (24). A sessão, conduzida pelo juiz auxiliar Rafael Henrique Janela Tamai Rocha, integrante do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, faz parte da fase de interrogatórios dos réus ligados aos núcleos 2 e 4 da investigação sobre tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Martins divergiu diversas vezes do juiz ao relatar as condições de sua prisão preventiva. Ao ser advertido por estar sendo “circular”, ouviu de Rocha: “Aqui não é momento para ficar dando aula sobre o que é utilitarismo ou não, o que é pragmatismo ou não. Vamos concluir, por favor. Aqui é sobre fatos”.

O ex-assessor insistiu em continuar sua fala, questionando: “Mas a minha palavra compete ao senhor?”, o que levou o juiz a reagir com firmeza: “O interrogado não sou eu, o interrogado é o senhor”.

O advogado de defesa, Jeffrey Chiquini, interveio em defesa de Martins, afirmando que “uma semana não seria suficiente” para um réu do porte de seu cliente. O juiz respondeu que o tribunal não dispunha de todo esse tempo. Chiquini então replicou: “Se for necessário, ficaremos um mês fazendo a defesa”.

Durante o interrogatório conduzido pela representante da Procuradoria-Geral da República (PGR), Gabriela Starling, o clima voltou a esquentar. A acusação mencionou o uso de ERBs (Estações Rádio Base) para rastreamento de localização e alegou que Martins teria manipulado o sinal do celular para encobrir presença em reuniões suspeitas com Bolsonaro. A defesa contestou a tese e exigiu provas da suposta “ilação” feita pela acusação.

Martins negou qualquer relação com a chamada “minuta do golpe” e rebateu as acusações da Polícia Federal sobre sua suposta fuga do país no fim de 2022. Ele afirmou que esteve isolado em condições precárias durante sua prisão, o que também foi alvo de contestação por parte do juiz: “O senhor que está dizendo que era solitária”.

A sessão foi marcada por embates recorrentes entre o réu, seu advogado, o juiz e a representante do Ministério Público. Ainda assim, o interrogatório prosseguiu e Martins manteve a negativa sobre qualquer participação em planos de ruptura institucional.