VÍDEO – Ex-ministro da Defesa revela conversas com chefes das Forças para reeleger Bolsonaro

Atualizado em 9 de fevereiro de 2024 às 16:25
O ex-ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Em reunião golpista comandada ex-presidente Jair Bolsonaro em julho de 2022, o então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, afirmou que tinha encontros semanais com os comandantes das Forças Armadas para discutir o processo eleitoral daquele ano. Na ocasião, ele disse que as conversas tinham como objetivo garantir uma eleição com “êxito” na reeleição do então mandatário.

“Senhor presidente, eu estou realizando reuniões com os comandantes de Forças quase que semanalmente. Esse cenário nós estudamos, nós trabalhamos, nós temos reuniões pela frente decisivas pra gente ver o que pode ser feito, que ações poderão ser tomadas para que a gente possa ter transparência, segurança, condições de auditoria e que as eleições se transcorram da forma como a gente sonha, e o senhor, com o que a gente vê, no dia a dia, tenhamos o êxito de reelegê-lo. Esse é o desejo de todos nós”, afirmou.

Na ocasião, ele ainda reclamou da comissão de transparência, organizada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para contribuir com a auditoria da disputa, e chamou o colegiado de “conversa para boi dormir”. Nogueira também disse que estava em uma “linha de contato com o inimigo” ao se referir aos trabalhos conjuntos com o tribunal.

“O que eu sinto, nesse momento, é apenas na linha de contato com o inimigo. Ou seja, na guerra, a gente ‘linha de contato, linha de partido, eu vou romper aqui e iniciar minha operação’. Eu vejo as Forças Armadas e o Ministério da Defesa nessa linha de contato”, prosseguiu.

O então ministro também prometeu que ficaria “pressionando” o TSE durante o processo eleitoral. Ele ainda sugeriu, seguindo o chefe, que o tribunal poderia fraudar o resultado da disputa.

“O TSE tem o sistema e o controle do processo eleitoral. Como disse o presidente, eles decidem aquilo que possa interessar ou não, e não tem instância superior. E a gente fica ali, de mãos atadas, esperando a boa vontade de ele aceitar isso ou aquilo outro”, disse Nogueira.

Ele falou por cerca de sete minutos durante a reunião. Veja:

O registro do encontro golpista foi encontrado no computador de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e foi usado para embasar decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou busca e apreensão contra o ex-presidente e seus aliados.

O magistrado retirou o sigilo do arquivo nesta sexta (9) e afirmou que a reunião  “nitidamente revela o arranjo de dinâmica golpista no âmbito da alta cúpula do governo, manifestando-se todos os investigados que dela tomaram parte”.

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