VÍDEO – Fux vota para absolver Augusto Heleno por todos os cinco crimes

Atualizado em 10 de setembro de 2025 às 23:06
Augusto Heleno em interrogatório na Primeira Turma do STF, sério, olhando pra frente, sentado
Augusto Heleno em interrogatório na Primeira Turma do STF – Ton Molina/STF

O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta quarta-feira (10) pela absolvição do general Augusto Heleno de todos os cinco crimes apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) no julgamento da chamada trama golpista.

O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) havia sido denunciado por golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa, dano qualificado ao patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

Em sua manifestação, Fux afirmou que as provas apresentadas não sustentam a acusação contra Heleno. Segundo ele, a agenda apreendida pela Polícia Federal na casa do general, usada como base da denúncia, não permite concluir pela prática de crimes. O ministro destacou que houve alteração na ordem das páginas, o que, de acordo com a defesa, teria induzido a interpretação de uma narrativa inexistente.

O magistrado disse que não ficou comprovada a participação de Heleno em um núcleo de execução do plano golpista. Para ele, a prova material não demonstra que o ex-ministro tenha articulado ações voltadas à ruptura democrática. Assim, seu voto foi pela absolvição em todos os pontos da denúncia.

Apesar da posição de Fux, a Primeira Turma do STF já formou maioria para condenar outros réus, como Mauro Cid e Braga Netto, por abolição violenta do Estado Democrático de Direito, com três votos a zero até agora. No caso de Jair Bolsonaro, Garnier, Paulo Sérgio e do próprio Augusto Heleno, Fux pediu absolvição, enquanto Alexandre de Moraes e Flávio Dino votaram pela condenação.

Ainda restam os votos das ministras Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, presidente do colegiado, que devem se manifestar até sexta-feira (12). A decisão final poderá confirmar ou alterar o destino dos acusados, incluindo o ex-presidente Bolsonaro e seus aliados.

A PGR sustenta que Heleno compôs o núcleo estratégico da organização criminosa e teve papel ativo nas articulações golpistas, citando a agenda apreendida como prova. Já a defesa nega qualquer envolvimento e argumenta que as anotações eram apenas lembretes pessoais.

Os advogados reforçam que, a partir do segundo ano do governo Bolsonaro, o general teve sua influência política reduzida e não poderia ser responsabilizado por decisões de alto escalão.

Jessica Alexandrino
Jessica Alexandrino é jornalista e trabalha no DCM desde 2022. Sempre gostou muito de escrever e decidiu que profissão queria seguir antes mesmo de ingressar no Ensino Médio. Tem passagens por outros portais de notícias e emissoras de TV, mas nas horas vagas gosta de viajar, assistir novelas e jogar tênis.