
O Comando Sul dos Estados Unidos divulgou nesta quinta-feira (30), nas redes sociais, imagens de fuzileiros navais disparando metralhadoras a bordo de botes militares no Mar do Caribe.
No vídeo, os militares aparecem a bordo de um bote realizando exercícios com fogo real durante patrulhas marítimas. As manobras integram o reforço militar dos EUA no Caribe, que inclui destróieres lançadores de mísseis, caças F-35, um submarino nuclear e milhares de soldados.
“As forças militares americanas estão destacadas na região em apoio à missão do Comando Sul, a operações determinadas pelo Departamento de Guerra e às prioridades do presidente para interromper o tráfico ilícito de drogas e proteger o território americano”, publicou.
Desde o início de setembro, mais de dez embarcações suspeitas de envolvimento com o narcotráfico foram bombardeadas no Caribe e no Pacífico. O Pentágono tem divulgado poucas informações sobre as ações, sem detalhar as quantidades de drogas apreendidas nem a identidade dos mortos nas operações.
WATCH: Footage of U.S. Marines with @22nd_MEU conducting live-fire boat operations in the Caribbean Sea. U.S. military forces are deployed to the Caribbean in support of the #SOUTHCOM mission, @DeptofWar-directed operations, and @POTUS' priorities to disrupt illicit drug… pic.twitter.com/xAfyeMO9zl
— U.S. Southern Command (@Southcom) October 30, 2025
Escalada de tensão com a Venezuela
As ofensivas têm aumentado a tensão entre os Estados Unidos e a Venezuela. Segundo a imprensa americana, autoridades de defesa acreditam que o objetivo final da mobilização seria derrubar o governo de Nicolás Maduro.
O governo venezuelano classificou a presença militar americana na região como “uma ameaça à soberania nacional” e acusou Washington de usar o combate ao narcotráfico como pretexto para uma intervenção política.
ONU condena ataques
A Organização das Nações Unidas (ONU) criticou duramente as ações dos EUA e pediu o fim imediato dos ataques a embarcações suspeitas. O alto-comissário para os Direitos Humanos, Volker Türk, afirmou que os bombardeios representam “execuções extrajudiciais”.
“Esses ataques, com seu crescente custo humano, são inaceitáveis. Os Estados Unidos devem pôr fim a tais ataques e tomar todas as medidas necessárias para evitar as execuções extrajudiciais de pessoas a bordo dessas embarcações, independentemente de qualquer suposta atividade criminosa”, declarou Türk em comunicado.
Na semana passada, a Colômbia também condenou as ações e adotou o mesmo termo usado pela ONU para descrever as mortes — “execuções extrajudiciais”. Já Caracas sustenta que a ofensiva militar norte-americana faz parte de uma estratégia para promover uma “mudança de regime” no país.