VÍDEO – Gilmar Mendes faz alerta sobre “narcomilícias evangélicas” no Rio

Atualizado em 11 de março de 2024 às 17:28
Gilmar Mendes, ministro do STF, em entrevista à GloboNews. Foto: reprodução

O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), falou sobre a existência de “narcomilícias evangélicas” no Rio de Janeiro durante uma entrevista ao “Estúdio i”, da GloboNews. Segundo o magistrado, durante uma reunião conduzida pelo também ministro Luís Roberto Barroso, foi discutida a complexidade dessa situação.

“Recentemente, Barroso presidiu uma reunião extremamente técnica sobre essa questão, e um dos oradores falou de algo que é raro ouvir: uma narcomilícia evangélica, aparentemente no Rio de Janeiro, onde já se tem um acordo entre narcotraficantes e milicianos pertencentes ou integrados a uma rede evangélica. É algo muito sofisticado”, explicou Mendes.

O ministro destacou que não é incomum que traficantes estejam envolvidos em ataques de intolerância religiosa, citando um incidente ocorrido em 2019, quando traficantes atacaram um terreiro de candomblé em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Além disso, Mendes abordou a questão da demanda por anistia aos condenados pelos ataques às sedes dos três poderes em janeiro de 2023. Ele enfatizou que não há justificativa para discutir a anistia quando os condenados estão apenas começando a cumprir suas penas.

“Não é caso de falar de anistia quando essas pessoas estão começando a cumprir pena. O que me parece é que muitos imputam ao ex-presidente uma falta de solidariedade. [Ele] jogou essa gente na fogueira e foi para Miami. Me parece que [a anistia] foi o tipo de mensagem para movimentar o establishment político para ter uma bandeira de anistia não para os autores intelectuais, mas para aqueles pequenos que foram envolvidos nisso. Não tem cabimento anistia em relação a isso, são crimes extremamente graves”, afirmou Mendes.

Até o momento, o STF já condenou 131 pessoas por participação nos ataques, que incluíram a invasão do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal e do Palácio do Planalto. Os crimes pelos quais foram condenados variam entre abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado, golpe de Estado, deterioração do patrimônio tombado e associação criminosa.

Em um ato na Avenida Paulista em 25 de fevereiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu a anistia aos presos e negou ter tentado dar um golpe de estado. Porém, ele e outros ex-membros do governo são alvos de um inquérito no STF que investiga essa tentativa de golpe.

“O que eu busco é a pacificação, é passar uma borracha no passado. É buscar maneira de nós vivermos em paz. É não continuarmos sobressaltados. É por parte do Parlamento brasileiro (…) uma anistia para aqueles pobres coitados que estão presos em Brasília. Nós não queremos mais que seus filhos sejam órfãos de pais vivos. A conciliação. Nós já anistiamos no passado quem fez barbaridades no Brasil. Agora nós pedimos a todos 513 deputados, 81 senadores, um projeto de anistia para seja feita justiça em nosso Brasil”, declarou o ex-presidente durante o evento na Avenida Paulista.

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