O que seria da mídia brasilera se não fossem as coincidências? O comentarista Marcelo Lins, o mais inteligente da GloboNews, protagonizou um episódio curioso na emissora.
Lins falava da declaração de Lula sobre Zelensky à Time, que virou alvo de uma malhação do Judas completamente descabida, feita sob medida para a falsa equivalência com Bolsonaro (dois boquirrotos etc etc).
“Às vezes, fico vendo o presidente da Ucrânia na televisão como se estivesse festejando, sendo aplaudido em pé por todos os parlamentos, sabe? Esse cara é tão responsável quanto o Putin. Ele é tão responsável quanto o Putin. Porque numa guerra não tem apenas um culpado. O Saddam Hussein era tão culpado quanto o Bush. Porque o Saddam Hussein poderia ter dito: ‘Pode vir aqui visitar e eu vou provar que eu não tenho armas’”, disse o ex-presidente.
Lins não estava histérico como os colegas.
“Na questão da radiografia que ele faz da Ucrânia, Volodymyr Zelensky é passível de críticas. É um líder que, antes da guera, tinha popularidade baixa num dos países mais corruptos do mundo. Pode ter errado, ao longo da curta carreira política dele, um sem-número de vezes”, afirmou.
“Pode ter errado, por exemplo, quando não trabalhou mais para fazer os Acordos de Minsk, que poderiam pôr fim à guerra no Donbass, usada como justificativa pelo Putin. Pode te errado, e acredito que errou, ao aceitar a incorporação das forças regulares…”
Antes de Lins terminar, provavelmente citando as tropas neonazistas, entrou aquela tela vermelha de plantão “urgente”.
Fux ajeitava as calças numa sessão do STF em que não se discutia absolutamente nada urgente.
Sempre se poderá alegar que não foi nada de mais. Mera casualidade. Ossos do ofício. O fato é que Marcelo Lins não pôde completar seu raciocínio mesmo depois de a programação voltar ao “normal”.
Talvez ele voltasse para dar um pau em Lula. Quem sabe? Por via das dúvidas, melhor providenciar alguma emergência.