O governador bolsonarista de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), atacou a Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) após a divulgação de um edital de pós-graduação que reserva vagas para candidatos de outras regiões do país. O caso envolve o Centro de Artes (CART), que destinou vagas a pessoas vindas do Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Em vídeo publicado nesta quarta (1º), Jorginho disse ter ficado “surpreendido” com a medida e informou que encaminhou um ofício ao reitor pedindo esclarecimentos. Segundo ele, espera que a iniciativa não seja verdadeira.
“Eu fui surpreendido por um suposto edital da UDESC com cotas para quem é de outras regiões do Brasil. Oficiei o reitor para entender se isso é realmente verdade. Espero que não seja”, disse o bolsonarista. Ele argumentou que, embora a UDESC tenha autonomia universitária, é mantida com recursos estaduais.
“É só o que falta, dinheiro do catarinense ter cota para quem é de fora. Já não basta a gente mandar nosso dinheiro pra Brasília e voltar uma migalha? Já vou avisando que não concordo. Nós não vamos aceitar esse absurdo com o dinheiro do catarinense”, afirmou.
Que história é essa de cotas pra quem não mora em Santa Catarina?!? pic.twitter.com/PkgGTPsa2y
— Jorginho Mello (@jorginhomello) October 1, 2025
A medida aprovada pelo CART já está em vigor e foi justificada como forma de ampliar a diversidade regional no programa de música. Para a universidade, a reserva de vagas busca atrair alunos de diferentes origens culturais, enriquecendo o ambiente acadêmico.
O edital nº50/2024, lançado em fevereiro deste ano para alunos de mestrado e doutorado em música no CART, reserva quatro vagas para ampla concorrência, três para pretos e pardos, duas para indígenas, quilombola, trans e pessoas com deficiência, e uma para graduados nordestinos.
O governador alega que a prioridade deve ser o estudante catarinense e que a instituição deve manter sua “excelência” sem usar regionais. “A UDESC é uma universidade de excelência. Não dá para não escutar o catarinense que paga essa universidade e o aluno que estuda aqui para aprovar esse tipo de coisa”, declarou.