VÍDEO: “Governo Bolsonaro se mostrou incapaz de gerir uma crise como essa”, diz economista

Atualizado em 9 de fevereiro de 2021 às 11:17

O programa Pauta Brasil desta sexta-feira, 29 de janeiro, ouviu Guilherme Mello, economista e professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas, e Nelson Barbosa, ex-ministro do Planejamento e da Fazenda do Brasil no governo Dilma Rousseff, sobre o futuro da economia do Brasil em 2021. Com mediação de Marcio Jardim, diretor da Fundação Perseu Abramo, o programa abordou as perspectivas possíveis, o cenário atual, que inclui aumento da concentração de renda, da desigualdade, a desindustrialização do país e as possíveis saídas.

Para Nelson Barbosa, “a expectativa de crescimento de 3% já tem revisão para baixo no começo do ano. O resto do mundo vem forte em 2021, mas nosso problema é interno. É uma grande recessão que poderia ser muito pior, a política fiscal de países como Argentina e México ajudou inclusive as contas públicas destes países. Num contexto de recessão a política fiscal dá certo”, explicou

“O governo resolveu que o Brasil não precisa de estímulo fiscal, não tem Auxílio Emergencial, programa de manutenção de empregos formais, Banco Central está retirando uma série de estímulos e sem um plano de vacinação para toda população. A economia está desacelerando e a expectativa do mercado é que a economia tenha uma recessão técnica, queda por dois semestres seguidos. Isso é resultado da retirada súbita de todos estímulos de uma vez”, disse Barbosa.

Guilherme Mello analisou que a possibilidade de cenário bom está muito longe de ser alcançado. Dependeria da vacinação acontecer e mudanças graduais, planejadas. “A proposta orçamentária nem está aprovada ainda. Estamos em um cenário ruim (recessão no primeiro trimestre), se a gente conseguir vacinar e superar a segunda onda, voltamos a crescer no quarto trimestre e acabamos o ano no zero a zero. Cenário feio é se a vacinação atrasar ainda mais, porque poderemos viver até uma terceira onda, junto com a manutenção de tetos de gastos e não retomada de medidas sociais”.

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