VÍDEO: Indígenas são amarrados em árvores por garimpeiros dentro da reserva Yanomami

Atualizado em 20 de setembro de 2023 às 21:39
Montagem de fotos borradas de indígenas amarrados a árvores
Garimpeiros amarraram indígenas Yanomami a troncos dentro de reserva – Reprodução/TV Globo

Indígenas relatam que duas crianças e um adolescente yanomami foram amarrados a troncos de árvores e ameaçados por garimpeiros dentro da reserva.

No meio da  floresta da Terra Yanomami, enquanto filmavam, um homem gritava: “Tira o cartucho, tira o cartucho, traz o celular, traz o celular. Cadê o celular? Pode amarrar. Vá buscar os cartuchos da espingarda”. Em outro momento, os três indígenas estavam amarrados a postes de madeira.

Os vídeos foram registrados na tarde de terça-feira (19) pelos próprios garimpeiros em território indígena Yanomami, na região de Surucucu. Em uma parte das gravações, os invasores acusam os yanomami de terem roubado celulares. Na tentativa de recuperar os objetos, os garimpeiros os amarraram e proferiram ameaças.

A Associação Hutukara Yanomami enviou um ofício ao Ministério Público Federal, à Polícia Federal, à Funai e ao Ibama, destacando que não foi possível determinar o desfecho do episódio, mas enfatizando a gravidade do caso, que exige uma resposta imediata das forças de segurança.

“Ocorreu uma violência brutal na região de Hakoma, onde isso aconteceu, e as crianças estão em perigo naquela área. Os garimpeiros amarraram as crianças. Recebemos essa informação. Por esse motivo, estamos profundamente preocupados. Exigimos uma investigação urgente dessa violência grave que está ocorrendo na Terra Yanomami”, afirmou Dario Kopenawa, vice-presidente da Hutukara Associação Yanomami.

Hakoma é uma região próxima ao município de Alto Alegre, que tem um dos maiores índices de garimpo ilegal no país.

O maior território indígena do Brasil tem sido alvo de garimpeiros ilegais por décadas, e nos últimos anos enfrentou um aumento descontrolado dessa atividade em seu território. Em 2022, a devastação aumentou em 54% em comparação com o ano anterior, embora tenham ocorrido ações para conter a situação desde janeiro de 2023. No entanto, de acordo com dados do próprio Ministério da Defesa, os garimpeiros ainda ocupam 215 hectares do território indígena.

Participe de nosso grupo no WhatsApp, clique neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link