VÍDEO – Israel lança ataque aéreo contra Ministério da Defesa da Síria em Damasco

Atualizado em 16 de julho de 2025 às 13:12
Israel bombardeia ministério da Defesa da Síria. Foto: Divulgação

Israel bombardeou nesta quarta-feira (16) o Ministério da Defesa da Síria em Damasco, capital do país, em um ataque aéreo transmitido ao vivo pela emissora Al Jazeera. O prédio, localizado próximo ao Palácio Presidencial, foi atingido por drones e explodiu no momento em que câmeras registravam a transmissão.

A ofensiva marca o terceiro dia consecutivo de ataques israelenses e eleva a tensão em meio à crise entre forças sírias e a minoria drusa no sul do país. Segundo os militares israelenses, o bombardeio teve como alvo o portão de entrada do quartel-general das forças armadas sírias.

A justificativa apresentada é a repressão sofrida por civis drusos na região de Sweida, reduto da minoria étnica e religiosa que também está presente em território israelense. Fontes do Ministério da Defesa sírio afirmaram à agência Reuters que ao menos dois drones atingiram o edifício e que servidores se abrigaram no porão durante o ataque.

Pelo menos uma pessoa morreu e 18 ficaram feridas em Damasco, segundo a imprensa estatal. Moradores relataram à Reuters que estavam sem energia elétrica e temem novos ataques.

O correspondente Osama Bin Javaid, da Al Jazeera, que estava próximo ao local, afirmou que ouviu rajadas de tiros vindas de forças sírias tentando atingir os drones em voo. A TV estatal Elekhbariya informou que dois civis também foram feridos na explosão.

Além da capital, as forças israelenses também bombardearam posições militares na cidade de Sweida, onde conflitos sectários entre drusos e beduínos já deixaram mais de 300 mortos desde o último domingo (13), segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

Tropas do governo foram enviadas à cidade na segunda-feira (14), mas acabaram entrando em confronto com milícias drusas locais, agravando ainda mais a situação. Israel afirma que os ataques têm o objetivo de proteger a população drusa e que continuará monitorando as ações das forças sírias na região.

“Não queremos nos envolver em uma questão interna da Síria, mas temos nossos irmãos drusos lá”, declarou Sarit Zehavi, ex-oficial das Forças de Defesa de Israel e fundadora do instituto Alma. Segundo ela, a ofensiva abre um novo front, e uma resposta militar da Síria não está descartada.

A comunidade internacional reagiu com preocupação. A União Europeia pediu respeito à soberania síria e condenou os ataques, enquanto o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, afirmou que a situação representa uma ameaça à estabilidade regional.

Emirados Árabes Unidos e Turquia também repudiaram a ação militar israelense, acusando Tel Aviv de sabotar esforços de paz após a queda do regime de Bashar al-Assad, em dezembro passado. Segundo o OSDH, os confrontos em Sweida até o momento deixaram 302 mortos, incluindo 109 membros da minoria drusa, 175 agentes das forças de segurança do governo e 18 combatentes beduínos.

A crise ganhou novo fôlego após o xeque Hikmat al-Hajri, principal liderança drusa, rejeitar um cessar-fogo proposto pelo rival Youssef Jarbou, que tem apoio do governo sírio. Para ele, os combates devem continuar até a “libertação total do território”.