
O Jornal Nacional, da TV Globo, detonou na última quarta-feira (9) a taxação de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aos produtos brasileiros e afirmou que o republicano “provoca espanto ao colocar em risco milhões de empregos no Brasil pra defender aliados ideológicos”.
A reportagem destacou que a medida representa uma ameaça direta à economia brasileira e pode afetar milhões de trabalhadores. O telejornal classificou a decisão como arriscada e politicamente motivada, com foco em beneficiar aliados como o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe.
O principal informativo da TV Globo também enfatizou a reação do presidente Lula (PT), que acionou a Lei da Reciprocidade Econômica. O mecanismo permite ao Brasil adotar contramedidas comerciais em resposta a ações unilaterais de outros países.
Segundo o JN, especialistas e autoridades veem com preocupação a tentativa de interferência externa em questões internas brasileiras.
A cobertura ainda desmentiu os argumentos de Trump sobre prejuízo comercial: dados oficiais mostram que, nos últimos 15 anos, os Estados Unidos acumularam superávit superior a US$ 400 bilhões nas relações com o Brasil.
Abertura histórica do Jornal Nacional afirma que Trump coloca em risco milhões de empregos no Brasil pra defender aliados ideológicos. pic.twitter.com/DjB1TxW6IS
— Bruno Guzzo® (@BrunoGuzz0) July 9, 2025
Carta endereçada ao presidente Lula
No texto, o republicano afirma que a medida se justifica por uma relação que considera “desbalanceada” com o Brasil, mas também faz referência explícita à situação de Bolsonaro.
“Não podemos continuar tratando como parceiro um país que persegue adversários políticos”, escreveu Trump, em alusão direta ao Judiciário brasileiro e ao que classifica como uma “injustiça” contra o ex-capitão.
A carta, segundo o Itamaraty, contém “várias afirmações inverídicas sobre o Brasil” e “erros factuais sobre a relação comercial bilateral”, entre elas a alegação de que os EUA enfrentam um “insustentável déficit” comercial com o Brasil — o que contradiz dados do próprio governo americano, que indicam um superávit de US$ 410 bilhões nos últimos 15 anos.
Outro ponto refutado foi a acusação de censura e perseguição por parte do STF contra plataformas americanas e Bolsonaro.