VÍDEO – Jornalista da GloboNews explica papel das Forças Armadas no Brasil: “Não dão palpite”

Atualizado em 6 de maio de 2022 às 10:48
Daniel Sousa, da GloboNews

Com as Forças Armadas tentando interferir nas eleições deste ano, apoiadas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), fazendo sugestões ao TSE sobre como gerir o processo eleitoral, o jornalista Daniel Sousa, comentarista da GloboNews, esclareceu qual é o verdadeiro papel dos militares no Brasil.

No programa ‘Estúdio i’ desta quinta-feira (5), Daniel explicou que as Forças Armadas “não são um Poder” e não estão aptas a “dar palpite” sobre a eleição no país. De acordo com ele, o setor é apenas “burocracia do Estado”.

“É sempre importante lembrar que as Forças Armadas não são um poder. Elas não são, de forma alguma, um poder revisor. Não estão no mesmo patamar do Supremo Tribunal Federal. As Forças Armadas são burocracia do Estado. Burocracia do Estado obedece, não manda. Burocracia do Estado não dá palpite”, afirmou o jornalista.

“As Forças Armadas não têm que ser ouvidas nesse processo. Não é papel delas, numa República, dar palpite sobre o processo eleitoral. Forças Armadas, como os franceses gostam de dizer, deveriam ser um ‘gigante mudo’. Não têm que dar palpite. Não interessa o que pensa o Clube Militar”, acrescentou, destacando que existem três poderes na República, e que o Exército não faz parte de nenhum deles.

“O Exército é subordinado aos três poderes, não tem patente para discutir com o Supremo ou com o Tribunal Superior Eleitoral. Está abaixo hierarquicamente, e eu sei que eles vão entender isso, porque de hierarquia eles compreendem. É isso que a Constituição brasileira estabeleceu: eles não são garantidores da democracia. Eles estão ali para cumprir ordens”, concluiu Daniel.

A ofensiva dos militares, que ontem enviaram ao TSE, por meio do Ministério da Defesa, um ofício pedindo a divulgação das sugestões feitas pelas Forças Armadas para as eleições, preocupa ministros do STF. Integrantes da Corte afirmam que o Exército está realizando um “movimento em busca de protagonismo no processo eleitoral”.

Confira a fala de Daniel Sousa: