VÍDEO – Karnal rebate fama de “isentão” após convite para virar político: “Não me importo”

Atualizado em 25 de setembro de 2025 às 10:54
O historiador e professor Leandro Karnal. Foto: Reprodução

O historiador e professor Leandro Karnal comentou sua postura diante da polarização política e rebateu a fama de “isentão”. Em entrevista ao Alt Tabet, do UOL, exibida na última quarta-feira (24), ele afirmou: “Eu nunca me identifiquei com um campo.”

Segundo o historiador, sua imagem política varia conforme o público. “Na universidade pública, dominantemente crítica e com muita gente filiada a grandes correntes de esquerda, eles achavam que eu era conservador. Para o grande público hoje da internet, eu sou tido como esquerdista”, disse.

Karnal explicou que suas ideias transitam entre diferentes espectros. “Eu tenho ideias que são muito simpáticas à esquerda. Sou muito simpático ao combate antirracista, o respeito à diversidade, sou a favor de cotas, entendo quem não é, porque acho que é um debate bom, é um debate rico, mas isso as pessoas dizem que é [ser] de esquerda”, afirmou.

Apesar disso, ele também é visto como conservador em outros ambientes. “Por fazer propaganda para bancos e palestrar em empresas, [falam que sou] Liberal. Fascista. Eu não me importo muito com isto”, afirmou.

“Presidente interino”

Leandro Karnal revelou ainda que já recebeu convites para entrar na política, mas recusou todos. “Eu fui convidado três vezes para ser político e, nas três vezes, eu disse que não era a minha vocação”, contou.

O historiador relatou que, em 2016, durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff, foi cogitado como presidente interino. “Neste momento eles precisavam de um nome não ligado a partidos políticos conhecido no Brasil e que não desagradasse nenhuma das facções”, afirmou.

O professor também reforçou que não pretende disputar cargos públicos. “De jeito nenhum. Zero chance. Hoje não. Nunca sei o futuro. Eu não gosto da ideia de administração. Eu não gosto de discursos. Eu não gosto de gente falando mal e enunciando títulos. Eu não gosto desses salamaleques de recepções. Eu não gostaria de ir ver desfiles no 7 de setembro.”