
O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP), filiado ao Movimento Brasil Livre (MBL), divulgou uma bravata em seu perfil, no X, exaltando a chacina nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, e projetando uma matança ainda maior se um dia o partido Missão (idealizado pelo MBL), chegar ao poder. O parlamentar projetou Renan Santos, líder do Movimento, como futuro presidente do Brasil.
“A maior chacina da história do Rio de Janeiro. A maior chacina até agora, porque quando a Missão, o MBL, chegar ao poder, a gente vai promover uma pelo menos duas vezes maior. E obviamente, quando eu falo de chacina, não estou falando de inocentes, estou falando de criminosos com fuzis que atiram contra policiais e que hoje a lei já permite que eles sejam abatidos”, disse o deputado.
Inspirado em políticas fascistas como a de Naiyb Bukele, em El Salvador, o parlamentar que já defendeu a criação de um partido nazista defendeu que matar será o tema do seu governo de extrema-direita: “O note mote, você já conhece, é ‘prendeu, matou'”.
“A gente quer te prender, a gente quer te manter vivo, a gente quer que você cumpra sua pena dentro da cadeia. Agora, se você resistir, o culpado pela sua própria morte é você”, disse Kim em “recado direto” aos criminosos.
Por fim, em seu devaneio fascista, o deputado disse que a matança será prioridade número 1 do governo de extrema-direita do pseudo partido Missão: “No primeiro dia, quando Renan Santos for presidente da República pelo partido Missão, o presidente vai acompanhar o governador do Rio de Janeiro e a polícia do Rio de Janeiro pessoalmente em uma grande operação de retomada territórios”.
Nós faremos uma OPERAÇÃO no Rio de Janeiro DUAS VEZES MAIOR pic.twitter.com/AvYptwhzrj
— Kim Kataguiri (@KimKataguiri) October 30, 2025
Chacina no Rio
A operação, comandada pelo governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), resultou em 121 mortos, segundo balanço oficial atualizado, sendo quatro policiais e 117 suspeitos de envolvimento com o tráfico. Houve ainda 113 prisões, entre elas 33 pessoas de outros estados e 10 menores de idade. As forças de segurança apreenderam 91 fuzis, 26 pistolas, um revólver e toneladas de drogas, ainda não contabilizadas.
O governador bolsonarista afirmou que a operação foi um “sucesso” e que apenas os quatro policiais mortos devem ser considerados “vítimas”. Castro não comentou, no entanto, o achado de dezenas de corpos por moradores em uma área de mata no Complexo da Penha. A operação foi classificada por ele como “a mais complexa e importante da história recente do estado”.
Durante entrevista coletiva, o secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, explicou que as forças de segurança criaram o que chamou de “Muro do Bope”, uma estratégia de cerco para empurrar os criminosos em direção à mata da Serra da Misericórdia.
“A ideia foi avançar pela serra para cercar os criminosos e impedir a fuga. Outras equipes do Bope já estavam posicionadas na parte superior do morro”, afirmou.

