VÍDEO: Líder da Universal em Angola diz que Edir Macedo perderá controle da igreja em outros países

Atualizado em 25 de novembro de 2020 às 11:54
Felner Batalha, um dos líderes da Universal em Angola

Em entrevista ao DCM, na live Café da Manhã, o bispo Felner Batalha, de Angola, disse ter certeza de que o movimento reformista que afastou Edir Macedo do comando da Universal do Reino de Deus no país vai se espalhar por todo o mundo.

“Tenho certeza, porque os problemas que vivemos aqui ocorrem em todos os países”, disse ele.

E quais são os problemas?

Felner diz que a igreja se afastou dos princípios cristãos para atender a outro projeto, de empoderamento de seus líderes, sobretudo Edir Macedo.

Felner garantiu ter provas de prática racista por parte de Edir Macedo e outros pastores e também de evasão de divisas. Citou casos de “branqueamento de capitais”, mas, sobre essa denúncia, disse não ter provas.

O racismo de Edir Macedo foi testemunhado por “mais de duzentas pessoas”.

Em reuniões internas, ele teria dito:

“Eu prefiro morrer do que perder essa causa para um negro.”

Também teria afirmado, em relação a membros dissidentes da igreja, que “não se deve dar pérola a porcos”.

Há outros líderes brasileiros que também teriam se referido aos membros angolanos da igreja de forma racista.

Teriam dito:

“Os africanos cheiram mal.”

“Os negros têm lábios grossos e nariz avantajados porque seus antepassados olhavam para gorilas e macacos nas selva.”

Felner, um dos líderes da igreja no país, relatou que expôs ao próprio Edir Macedo que os desvios da igreja — feitos em benefício dele — levariam a uma reforma que o afastaria de comando da Universal.

O bispo também falou sobre a tentativa de Jair Bolsonaro de interferir no racha da igreja em Angola, ao enviar carta ao presidente do país, José Lourenço, com argumentos em favor de Edir Macedo.

“Angola é um país soberano”, destacou. Ele disse que as instituições do país já se posicionaram em favor da reforma da qual ele próprio participa.

O bispo antecipou que, na nova Universal em Angola, pretendem reforçar o papel da mulher na sociedade, com o “empoderamento” delas.

Felner elogiou o Brasil por ter eleito duas vezes uma mulher para a presidência, no caso Dilma Rousseff. “Angola não chegou a tanto”, declarou.

O bispo negou que a crise da Universal em Angola tenha motivação xenófoba. “Pastores e cidadãos brasileiros são muito bem vindos”, disse.

Ele insistiu que é contra os crimes que foram cometidos pelo grupo de Edir Macedo, e a orientação não cristã que esses líderes davam aos fiéis.

Sair da igreja para fundar outra?

Por quê? Isso seria reconhecer que Edir Macedo é proprietário da igreja. E igreja, em tese, não tem dono, já que é, em termos jurídicos, uma associação.

Em tese, porque no Brasil, as igrejas neopentecostais têm patrão, que ficaram milionários com empreendimentos relgiiosos.

Veja a live: