VÍDEO: Lula chama Tarcísio de “serviçal de Bolsonaro” e rejeita anistia a golpistas

Atualizado em 12 de setembro de 2025 às 2:09
O presidente Lula ao lado do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Foto: Divulgação

Em entrevista concedida nesta quinta-feira (11) à TV Band, o presidente Lula chamou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, de “serviçal de Bolsonaro”. Ele também afirmou que ainda não decidiu se será candidato à reeleição em 2026 e reforçou que seu governo atuará contra o projeto de parlamentares da oposição que pretende anistiar os condenados pela tentativa de golpe de Estado.

As declarações foram exibidas no mesmo dia em que o Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu o julgamento da trama golpista, condenando Jair Bolsonaro e outros sete réus. Questionado sobre a postura de Tarcísio no ato de 7 de Setembro, Lula disse: “O que o Tarcísio demonstrou ali? Demonstrou que não é nada mais, nada menos que um serviçal do Bolsonaro. Ou seja, ele faz o que o Bolsonaro quiser. Ele não tem personalidade própria”.

O presidente também comentou uma eventual disputa com o governador em 2026. “Na hora da escolha, o povo vai ver quem fez e quem não fez. O povo vai medir, [mas] não pelo discurso. Este país fazia 15 anos que não crescia acima de 3%. Precisou eu votar para ele crescer. […] Meu lema é o seguinte: muito dinheiro, na mão de poucos, significa a pobreza do país; pouco dinheiro, na mão de todos, significa distribuição de riqueza. E é isso que eu quero”, disse.

Sobre a possibilidade de concorrer novamente, Lula explicou que cuida da saúde, mas não tomou uma decisão. “Eu ainda não me defini como candidato. Vou fazer 80 anos no dia 27 de outubro. Mas evito o envelhecimento precoce. […] Se eu estiver do jeito que eu estou hoje, a extrema-direita jamais voltará a governar este país. Democracia sempre”, declarou.

Presidente Lula durante entrevista para a Band. Foto: Divulgação

O petista ainda reforçou sua posição contrária à anistia. “O governo vai trabalhar contra a anistia. Isso está escrito, gente. Está desenhado já se sabe quem foi que fez isso [o golpe], quem ia fazer, não tem mais o que discutir. Obviamente, todo bandido vai dizer que é inocente”, afirmou.

Segundo Lula, “há dezenas e centenas de provas” que comprovam o envolvimento de Bolsonaro na tentativa de golpe. “Se o ministro Fux não quiser as provas, é problema dele. As provas estão fartas. O ex-presidente covardemente articulou tudo, pensou tudo, mas não teve coragem. Foi embora porque no dia 1º tinha muita gente na rua e ele esperou pelo dia 8 de janeiro”, acrescentou.

Enquanto isso, no Congresso, líderes discutem atrelar a votação da anistia à proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil. O presidente da Câmara, Hugo Motta, foi pressionado por aliados a pautar o tema, mas resiste à proposta. Integrantes do governo avaliam que uma anistia ampla seria inconstitucional, mas a possibilidade de votar uma versão mais limitada, que inclua Bolsonaro, começou a circular entre deputados.

As negociações ocorrem em meio a revelações sobre o próprio presidente da Câmara. Reportagens da “Folha de S.Paulo” e do portal “Metrópoles” mostraram que Motta empregou funcionárias fantasmas e que sua chefe de gabinete teria poder para movimentar contas de assessores.

Guilherme Arandas
Guilherme Arandas, 27 anos, atua como redator no DCM desde 2023. É bacharel em Jornalismo e está cursando pós-graduação em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Grande entusiasta de cultura pop, tem uma gata chamada Lilly e frequentemente está estressado pelo Corinthians.