
O presidente Lula destacou, nesta segunda-feira (21), a importância da união entre governos e sociedade para a defesa da democracia, durante sua participação em uma cúpula sobre o tema em Santiago, Chile.
O evento, que também contou com a presença dos presidentes Gabriel Boric, do Chile, Gustavo Petro, da Colômbia, Yamandú Orsi, do Uruguai, e o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, discutiu formas de fortalecer os sistemas democráticos e enfrentar a crescente onda de extremismo.
Lula afirmou que a proteção da democracia não é responsabilidade exclusiva dos governos, mas deve envolver a participação ativa da sociedade civil, da mídia, do setor privado e das academias. “A defesa da democracia requer uma ação coletiva. Não se pode delegar apenas aos governos, todos devem estar envolvidos”, afirmou o presidente brasileiro.
O encontro também abordou o combate à desinformação, um problema crescente nos sistemas democráticos, e o apoio ao multilateralismo como base para uma cooperação global justa. Durante sua fala, Lula enfatizou a necessidade de regulamentar plataformas digitais para enfrentar a propagação de notícias falsas, afirmando: “Liberdade de expressão não é permissão para incitar violência, cometer crimes ou atacar o Estado Democrático de Direito”.

Embora o presidente brasileiro não tenha mencionado diretamente os Estados Unidos, a menção à defesa da soberania e à independência dos países se deu em um contexto de tensões envolvendo o governo de Jair Bolsonaro, especialmente no que diz respeito à interferência externa nas decisões internas do Brasil.
No entanto, a crise diplomática com os EUA foi abordada quando Lula chamou de “chantagem inaceitável” as recentes exigências de Trump relacionadas à suspensão dos processos contra Bolsonaro.
No dia 18 de julho, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi alvo de uma operação da Polícia Federal, que resultou em medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica e a proibição de usar redes sociais ou de entrar em contato com investigados e representantes de outros países.
A operação gerou uma reação imediata dos EUA, que revogaram os vistos de membros do STF e do procurador-geral brasileiro, Paulo Gonet, além de familiares dos envolvidos. A reação do governo dos Estados Unidos, que alegou censura e perseguição política por parte de Moraes, foi prontamente criticada por Lula.
O presidente brasileiro qualificou a decisão como “arbitrária e sem fundamento”, ressaltando que a medida não apenas prejudica o Brasil, mas também afeta as relações internacionais. Ele ainda afirmou que o governo brasileiro está analisando como proceder nas negociações com os Estados Unidos, buscando preservar a soberania nacional.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta segunda-feira (21), no Chile, que governantes e sociedade precisam atuar juntos em um momento no qual o "extremismo tenta reeditar práticas intervencionistas".
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— Folha de S.Paulo (@folha) July 21, 2025