
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (2) que não há motivo para o Brasil temer eventuais sanções dos Estados Unidos em razão do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Durante agenda em São Paulo, Lula ressaltou que a soberania brasileira deve ser respeitada e criticou a tentativa de interferência externa.
“O que está acontecendo nos EUA é que ele desacreditou de qualquer coisa que tínhamos como conhecimento na história da humanidade: de um governo se meter a julgar o comportamento da Justiça de outro país. Acho que as pessoas precisam aprender a respeitar. Cada um toma conta do seu terreiro”, disse Lula.
O presidente brasileiro também direcionou críticas ao republicano Donald Trump, que voltou à Casa Branca em janeiro de 2025. Lula classificou o comportamento do americano como “inacreditável” e afirmou que ele não foi eleito para se comportar como “imperador do mundo”.
Segundo Lula, a condução das tratativas com os EUA está a cargo do vice-presidente Geraldo Alckmin, do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. Ele ressaltou que o Brasil já recorreu à Organização Mundial do Comércio (OMC) em casos de medidas comerciais unilaterais adotadas por Washington.
O presidente demonstrou confiança de que Trump perceberá a necessidade de negociar. “Sinceramente, eu espero que, em algum momento, aconteça alguma coisa na cabeça do presidente Trump, e ele perceba: ‘Puxa vida, tem que negociar’. Não só com o Brasil, mas com a China, a Índia, a Venezuela, com todo mundo”, afirmou.
Lula destacou que a construção de um mundo pacífico depende da cooperação entre os países e reforçou que o Brasil integra um continente reconhecido internacionalmente como zona de paz. As declarações foram dadas após ele prestar condolências no velório do jornalista Mino Carta, em São Paulo, acompanhado de ministros e dirigentes do PT.