VÍDEO – Lula diz que insistirá em taxação de fintechs após queda da MP dos super-ricos

Atualizado em 9 de outubro de 2025 às 9:53
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Foto: Reprodução

O presidente Lula (PT) afirmou nesta quinta-feira (9) que vai insistir em uma nova proposta para aumentar os impostos sobre fintechs, mesmo após o Congresso Nacional rejeitar a Medida Provisória (MP) que previa a elevação da carga tributária sobre o sistema financeiro e empresas de apostas.

“Eu fico muito triste, porque ontem o Congresso poderia ter aprovado para que os ricos pagassem um pouco mais de imposto. A gente estava propondo uma alíquota de 18%, foi negociado para que as fintechs pagassem apenas 12%, e ainda assim eles não quiseram e recusaram pagar”, disse Lula durante entrevista à Rádio Piatã FM.

O presidente criticou o resultado da votação e afirmou que os parlamentares não atingiram o governo, mas a população. “Os ricos não querem pagar 12%, não querem pagar 18%. Eles estão achando que ontem derrotaram o governo. Não derrotaram o governo, derrotaram o povo brasileiro”, afirmou.

Lula contou que conversou com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e com a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, logo após a votação, pedindo calma diante da derrota. “Ontem liguei para o Haddad, para a Gleisi, disse para a gente relaxar, não perder o fim de semana discutindo sobre o que aconteceu no Congresso”, relatou.

Governo prepara novas medidas de arrecadação

Segundo Lula, o governo vai se reunir na próxima semana para discutir novas medidas de arrecadação. “A gente vai propor que o sistema financeiro, sobretudo as fintechs, que elas paguem o imposto devido”, declarou o presidente.

A proposta rejeitada previa aumento de imposto sobre fintechs, tributação de títulos de investimento e cobrança retroativa de empresas de apostas online.

Com a decisão da Câmara, o governo calcula impacto negativo de R$ 46,5 bilhões no Orçamento até 2026 — sendo R$ 31,6 bilhões em frustração de receitas e R$ 14,9 bilhões em contenção de gastos.

Articulação do Centrão para favorecer Tarcísio

A Câmara dos Deputados decidiu, por 251 votos a 193, deixar caducar a medida provisória editada como alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

A votação foi marcada por articulações políticas que, segundo bastidores, fortaleceram o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), apontado como potencial adversário de Lula em 2026.

Partidos do Centrão se mobilizaram para dar protagonismo a Tarcísio nas negociações. De acordo com relatos de líderes partidários, o governador ligou para deputados e presidentes de partidos para garantir que a MP fosse rejeitada.