
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, neste sábado (25), que o governo brasileiro ainda não recebeu exigências do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para que seria necessário fazer para reduzir ou retirar o tarifaço imposto contra o Brasil. A declaração foi dada em Kuala Lumpur, na Malásia, onde os dois líderes devem se reunir no domingo (26), durante a cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean).
“Não tem exigência dele (Trump) e não tem exigência minha ainda. Vamos colocar na mesa os problemas e tentar encontrar uma solução. Pode ficar certo que vai ter uma solução”, disse Lula.
O encontro entre os dois presidentes será o primeiro desde o início da crise comercial provocada pela sobretaxa de 50% aplicada pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, medida que afetou exportações de aço, carnes e soja.
Em declarações a jornalistas, Lula disse estar confiante em um desfecho positivo. “Espero que role. Vim aqui com disposição para que a gente possa encontrar uma solução. Tudo depende da conversa. Trabalho com otimismo que a gente possa encontrar uma solução”, afirmou o petista.
🚨URGENTE – Lula diz que espera encontrar soluções com Trump, após o presidente americano confirmar encontro amanhã
“Não tem exigência dele e não tem exigência minha ainda. Vamos colocar na mesa os problemas e tentar encontrar uma solução.” pic.twitter.com/NlziHVYYaQ
— SPACE LIBERDADE (@NewsLiberdade) October 25, 2025
Trump, por sua vez, sinalizou abertura para negociar. Durante o voo presidencial rumo à Ásia, o republicano disse acreditar em um diálogo produtivo com o líder brasileiro. “Acredito que vamos nos reunir, sim”, afirmou. “Sim, sob as circunstâncias certas, seguramente”, completou, ao ser questionado sobre uma possível revisão do tarifaço.
Segundo o Palácio do Planalto, os governos ainda discutem o formato do encontro e se haverá cobertura da imprensa. Integrantes da comitiva de Lula dizem esperar uma conversa cordial, sem surpresas, embora haja preocupação com o estilo direto do presidente estadunidense.
Na sexta-feira (24), em entrevista coletiva na Indonésia, Lula já havia destacado a importância da reunião e afirmou que o Brasil sempre esteve aberto ao diálogo. “Tenho todo interesse nessa reunião, mostrar que houve equívoco nas taxações, mostrar com números”, disse.
O presidente também afirmou que pretende discutir com Trump temas como comércio bilateral, sanções contra produtos brasileiros e até punições aplicadas a ministros do Supremo Tribunal Federal, questão que foi citada por Washington em relatórios recentes de direitos humanos.
Essa será a primeira vez que Lula e Trump se encontram oficialmente desde o retorno do republicano ao poder, em meio à reaproximação do Brasil com países do Sudeste Asiático. O governo brasileiro tenta reverter as tarifas e recuperar parte do espaço perdido no mercado estadunidense nos últimos meses.