VÍDEO – Lula diz que prisão de Bolsonaro mostrou “lição de democracia” ao mundo

Atualizado em 26 de novembro de 2025 às 16:28
Lula marca presença na cerimônia de sanção de projeto no Palácio do Planalto. Foto: DIvulgação

O presidente Lula afirmou nesta quarta-feira (26) que o Brasil deu uma “lição de democracia” ao mundo após o Supremo Tribunal Federal concluir o julgamento do núcleo central da tentativa de golpe e iniciar o cumprimento das penas de Jair Bolsonaro e dos militares envolvidos.

Em cerimônia no Palácio do Planalto, onde sancionou o projeto que amplia a isenção do Imposto de Renda, ele disse que a Justiça atuou sem ruído e enfrentou pressões externas. “Sem nenhum alarde, a Justiça brasileira mostrou a sua força, não se amedrontou com as ameaças de fora e fez um julgamento primoroso”, declarou.

Lula afirmou estar “feliz”, não pelas prisões, mas porque entende que o país demonstrou maturidade institucional. Segundo ele, o Brasil mostrou que “está maduro para exercer a democracia na sua mais alta plenitude”.

O presidente também destacou que as acusações contra Bolsonaro e os generais não vieram de adversários políticos. “É tudo acusação de dentro da quadrilha que tentou dar um golpe nesse país”, afirmou.

O petista reforçou que a decisão marca um momento inédito. “Primeira vez na história do país, pela primeira vez em 500 anos, você tem alguém preso por tentativa de golpe, você tem um presidente, um ex-presidente da República e você tem quatro generais de quatro estrelas presos numa demonstração de que democracia vale para todos”, disse.

Lula afirmou ainda que a democracia não é “privilégio de ninguém”, mas um direito de 215 milhões de brasileiros. A fala foi a primeira manifestação pública de Lula após o STF declarar, na terça-feira, o trânsito em julgado das condenações.

A decisão encerra definitivamente o processo, impede novos recursos e autoriza a execução imediata das penas. Paralelamente, o ministro Alexandre de Moraes rejeitou novas tentativas de protelação e determinou a prisão definitiva dos condenados.

Além de Bolsonaro, que já estava custodiado na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, Moraes ordenou a prisão de nomes centrais da articulação golpista.

Foram incluídos na ordem: Alexandre Ramagem, Anderson Torres, Augusto Heleno, Almir Garnier, Paulo Sérgio Nogueira e Braga Netto. Torres e Heleno foram presos na terça; Braga Netto já estava detido. Ramagem deverá cumprir 16 anos, 1 mês e 15 dias em regime fechado. Torres recebeu pena de 24 anos, também em regime fechado.

Bolsonaro foi condenado pela Primeira Turma a 27 anos e 3 meses de prisão por liderar uma organização criminosa que tentou impedir a posse de Lula e subverter o Estado democrático de Direito. O STF considerou que o ex-presidente participou da elaboração e execução do plano golpista, que envolveu militares de alta patente e aliados políticos.

Durante o evento no Planalto, Lula repetiu que a democracia exige vigilância permanente e que o país não pode “se acostumar com ameaças golpistas”. Ele afirmou que a Justiça agiu com independência e que o processo serviu como um marco simbólico para evitar novas investidas semelhantes no futuro.

Guilherme Arandas
Guilherme Arandas, 27 anos, atua como redator no DCM desde 2023. É bacharel em Jornalismo e está cursando pós-graduação em Jornalismo Contemporâneo e Digital. Grande entusiasta de cultura pop, tem uma gata chamada Lilly e frequentemente está estressado pelo Corinthians.