Nesta sexta (1), o presidente Lula realizou seu primeiro discurso na abertura da conferência do clima da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP 28, e sugeriu que o mundo poderia usar os “trilhões” gastos em armas para acabar com a fome e a mudança climática. O evento ocorre em Dubai, nos Emirados Árabes, e o petista ainda criticou a postura do organismo internacional por não conseguir manter a paz entre países.
“Quantas toneladas de carbono são emitidas pelos mísseis que cruzam o céu e desabam sobre civis inocentes, sobretudo crianças e mulheres?”, questionou Lula. Ele ainda apontou que “não é possível enfrentar a mudança do clima sem combater a desigualdade”.
O presidente também criticou a postura da ONU diante dos conflitos entre Rússia e Ucrânia e Israel e o Hamas. Segundo o petista, a entidade é incapaz de manter a paz “porque alguns dos seus membros lucram com a guerra”.
“Governantes não podem ser eximidos de suas responsabilidades. Nenhum país resolverá seus problemas sozinho. Estamos todos obrigados a atuar juntos, além de nossas fronteiras. O Brasil está disposto a liderar pelo exemplo. Ajustamos nossas metas, que são hoje mais ambiciosas do que a de muitos países desenvolvidos”, prosseguiu.
No discurso, Lula mencionou o impacto das mudanças climáticas no Brasil, citando a Amazônia, que sofre uma das “mais trágicas secas de sua história”, e a região sul do país, que tem sofrido com os rastros de “destruição e morte” doas tempestades e ciclones. “A ciência e a realidade nos mostram que desta vez a conta chegou antes. (…) A geração que destrói o meio ambiente não é a geração que paga o preço”, aponta.
Ele ainda defendeu que haja um debate sobre a importância de ter economias menos dependentes de combustíveis fósseis. “Só será possível parar as altas temperaturas se pararmos de queimar todos os combustíveis fósseis. Não reduzirmos. Não diminuirmos”, avalia.
Veja o discurso na íntegra:
O presidente foi a Dubai em uma comitiva ministerial, que conta com os titulares do Meio Ambiente (Marina Silva), da Fazenda (Fernando Haddad), dos Povos Indígenas (Sônia Guajajara) e da Casa Civil (Rui Costa). Lula e os outros membros do governo participarão de reuniões sobre o combate à crise climática e o Plano de Transformação Ecológica do Brasil, um dos principais assuntos da agenda brasileira na conferência.