
A manicure Beatriz Nolasco, moradora do complexo do Alemão, afirmou nesta quarta-feira (29) que o corpo do sobrinho, Yago Ravel Rodrigues, de 19 anos, foi encontrado sem a cabeça durante buscas em uma área de mata após a megaoperação realizada na terça-feira (28) no Rio de Janeiro.
De acordo com a contagem oficial, 119 pessoas morreram na ação. A família informou que o jovem trabalhava como mototaxista e não tinha antecedentes criminais registrados. Com informações da Folha.
Jovem sem antecedentes criminais foi decepado na chacina do Rio de Janeiro. Reportagem de Marcelo Auler para o @brasil247 pic.twitter.com/7AYxNadnmo
— Leonardo Attuch (@AttuchLeonardo) October 29, 2025
Segundo o relato, Beatriz esteve na região e mostrou vídeos que registram o momento em que a cabeça de Yago é recolhida. Outro vídeo, mostra a cabeça entre dois galhos de uma árvore. “A cabeça estava pendurada em uma árvore. Foi um morador que pegou a cabeça dele e colocou no saco. Fazer operação é ok, mas o que aconteceu foi uma chacina”, declarou. O material circulou entre moradores que acompanhavam as buscas por parentes.
A premissa da operação foi atingir integrantes do Comando Vermelho nos complexos da Penha e do Alemão e é tratada pelos governos estadual e federal como a mais letal da história do estado. Autoridades afirmaram que a ação deslocou confrontos para área de mata com objetivo de reduzir riscos para residentes. Vídeos mostram dezenas de corpos reunidos por moradores em uma praça da Penha após a operação.

A Polícia Militar informou, por meio de nota, que a Ouvidoria e a Corregedoria estão disponíveis para receber denúncias, com garantia de anonimato. A corporação afirmou que todas as informações serão encaminhadas às autoridades de investigação. Órgãos estaduais também relataram apreensões de armas e prisões ao longo da operação.
No centro do Rio, familiares compareceram à sede do Detran para cadastro obrigatório antes do reconhecimento dos corpos no Instituto Médico-Legal. Segundo relatos, mais de cem pessoas aguardavam atendimento, a maioria mulheres, incluindo mães, irmãs e companheiras.
Entidades de direitos humanos acompanham o atendimento às famílias, e técnicos do Ministério Público iniciaram uma perícia independente. A perícia oficial permanece sob responsabilidade da Polícia Civil. O acompanhamento inclui registro de ferimentos, condições dos corpos e informações de identificação repassadas por parentes.

