VÍDEO – Manicure diz que cabeça de sobrinho foi achada em árvore após chacina no Rio

Atualizado em 29 de outubro de 2025 às 22:30
Corpos enfileirados em praça na Penha, zona norte do Rio – Eduardo Anizelli/Folhapress

A manicure Beatriz Nolasco, moradora do complexo do Alemão, afirmou nesta quarta-feira (29) que o corpo do sobrinho, Yago Ravel Rodrigues, de 19 anos, foi encontrado sem a cabeça durante buscas em uma área de mata após a megaoperação realizada na terça-feira (28) no Rio de Janeiro.

De acordo com a contagem oficial, 119 pessoas morreram na ação. A família informou que o jovem trabalhava como mototaxista e não tinha antecedentes criminais registrados. Com informações da Folha.

Segundo o relato, Beatriz esteve na região e mostrou vídeos que registram o momento em que a cabeça de Yago é recolhida. Outro vídeo, mostra a cabeça entre dois galhos de uma árvore. “A cabeça estava pendurada em uma árvore. Foi um morador que pegou a cabeça dele e colocou no saco. Fazer operação é ok, mas o que aconteceu foi uma chacina”, declarou. O material circulou entre moradores que acompanhavam as buscas por parentes.

A premissa da operação foi atingir integrantes do Comando Vermelho nos complexos da Penha e do Alemão e é tratada pelos governos estadual e federal como a mais letal da história do estado. Autoridades afirmaram que a ação deslocou confrontos para área de mata com objetivo de reduzir riscos para residentes. Vídeos mostram dezenas de corpos reunidos por moradores em uma praça da Penha após a operação.

Moradores portestam contra o governador Cláudio Castro. Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress.

A Polícia Militar informou, por meio de nota, que a Ouvidoria e a Corregedoria estão disponíveis para receber denúncias, com garantia de anonimato. A corporação afirmou que todas as informações serão encaminhadas às autoridades de investigação. Órgãos estaduais também relataram apreensões de armas e prisões ao longo da operação.

No centro do Rio, familiares compareceram à sede do Detran para cadastro obrigatório antes do reconhecimento dos corpos no Instituto Médico-Legal. Segundo relatos, mais de cem pessoas aguardavam atendimento, a maioria mulheres, incluindo mães, irmãs e companheiras.

Entidades de direitos humanos acompanham o atendimento às famílias, e técnicos do Ministério Público iniciaram uma perícia independente. A perícia oficial permanece sob responsabilidade da Polícia Civil. O acompanhamento inclui registro de ferimentos, condições dos corpos e informações de identificação repassadas por parentes.