A repórter da Globonews Raquel Krähenbühl, incansável na descrição dos acontecimentos marcantes em Washington, descreveu o incêndio e a pichação de um prédio na capital dos Estados Unidos entre a noite de ontem e madrugada de hoje, mas lhe escapou um detalhe.
O prédio que ela mostrou é o da sede da poderosa AFL-CIO, a maior central dos trabalhadores dos Estados Unidos. A ofensiva contra esse símbolo do peleguismo norte-americano reflete o pensamento de parte expressiva da esquerda dos Estados Unidos.
A AFL-CIO já foi apontada, inclusive por estudos no Brasil, como um braço do Departamento de Estado norte-americano. O professor René Dreifuss, que deu aula e foi pesquisados na Universidade Federal de Minas Gerais e na Unicamp, estudou a relação da AFL-CIO com entidades que deram o golpe no Brasil.
Dirigentes da AFL-CIO foram apontados como agentes da CIA, num trabalho de cooptação de lideranças sindicais em todo o mundo — o que não quer dizer que sindicalista que fez alguma atividade com a central norte-americana tenha sido cooptado.
A AFL-CIO é chamado por críticos nos próprios Estados Unidos como AFL-CIA. É um detalhe que passou despercebido para a incansável repórter da Globonews, com vídeo que ela transmitiu em sua própria rede social, mas que merece registro. É um sinal de que algo pode, efetivamente, estar mudando nos Estados Unidos.
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