
O presidente Lula afirmou nesta segunda (20) que manter a paz na América Latina é uma prioridade de sua gestão. Sua declaração vem em meio a tensões internacionais envolvendo os Estados Unidos e países vizinhos ao Brasil, especialmente após uma série de ataques militares no Caribe desde setembro, que resultaram em pelo menos 27 mortes.
O governo de Donald Trump alegou que as ações tinham como alvo o narcotráfico e a luta contra o regime de Nicolás Maduro na Venezuela. Durante uma cerimônia com novos embaixadores no Palácio Itamaraty, Lula destacou a importância de preservar a América Latina como uma “zona de paz”.
Sem citar diretamente os Estados Unidos, ele falou sobre o momento de “crescente polarização e instabilidade” no continente, observando que a região não possui armas de destruição em massa nem guerras declaradas. Para o presidente, “intervenções estrangeiras podem causar danos maiores do que o que se pretende evitar”.
Lula também se referiu à recente denúncia feita pelo presidente da Colômbia, Gustavo Petro, sobre a violação do espaço marítimo colombiano pelos EUA. Petro alegou que um pescador colombiano foi morto durante um ataque militar americano, que envolveu sete navios e caças, o que ele considerou uma afronta à soberania colombiana.
Embora Lula tenha evitado entrar diretamente na polêmica, ele tem reforçado sua posição em defesa da soberania dos países latino-americanos.
"Las intervenciones extranjeras pueden causar daños mayores que los que se pretenden evitar"
Durante la ceremonia de acreditación de los nuevos embajadores en Brasil, el presidente Lula da Silva volvió a rechazar la injerencia extrajera en América Latina y el Caribe, y reafirmó… pic.twitter.com/Py9nlHyxF9
— André Vieira (@AndreteleSUR) October 20, 2025
“O que nós defendemos é que o povo venezuelano é dono do seu destino”, afirmou Lula em um evento recente, destacando que cabe ao povo da Venezuela decidir seu futuro, e não a outros países. Em relação à Cuba, Lula também reafirmou a posição de que a soberania de cada nação deve ser respeitada, sem a imposição de pressões externas.
O presidente brasileiro tem buscado uma reaproximação com os Estados Unidos, mas é claro sobre os limites dessa relação. Lula retomou negociações com Washington sobre questões comerciais, como as tarifas de importação, e um encontro entre ele e o presidente americano está marcado para a próxima semana.
Lula tem procurado equilibrar sua relação com os Estados Unidos, priorizando a importância da diplomacia e da preservação da paz na América Latina. Sua defesa da soberania regional é um reflexo do seu compromisso com a autonomia dos países do continente e a busca por soluções pacíficas para as tensões internas e externas.