O debate eleitoral para a Prefeitura de São Paulo, realizado na manhã desta quarta-feira (14), foi palco de um bate-boca entre o influenciador bolsonarista Pablo Marçal (PRTB) e o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), candidatos ao cargo.
Nos bastidores, a equipe de Marçal entregou-lhe uma carteira de trabalho no palco, e o influenciador resolveu provocar Boulos exibindo o documento, quase chegando ao contato físico. O confronto continuou fora da câmera principal do debate, com o bolsonarista insistindo em mostrar a carteira para o deputado, que, visivelmente irritado, tentou retirar o documento das mãos do adversário.
Durante o embate, Marçal chamou Boulos de “vagabundo”, ecoando críticas de que o deputado do PSOL nunca trabalhou. Em resposta, Boulos acusou o coach de ser um “mentiroso compulsivo” e questionou se o influenciador é “mau caráter ou psicopata”.
🇧🇷 AGORA: Guilherme Boulos e Pablo Marçal quase saem às vias de fato durante debate do Estadão/Terra/FAAP após candidato do PRTB mostrar uma carteira de trabalho para o candidato do PSOL. pic.twitter.com/K5rW2I1cZO
— Eixo Político (@eixopolitico) August 14, 2024
Participaram do debate seis candidatos: o prefeito Ricardo Nunes (MDB), os deputados federais Guilherme Boulos (PSOL) e Tabata Amaral (PSB), o apresentador de TV José Luiz Datena (PSDB), o empresário Pablo Marçal (PRTB) e a economista Marina Helena (Novo).
Após o acalorado embate entre Marçal e Boulos, o intervalo foi marcado por reclamações dos auxiliares do deputado à organização do debate, que contestaram a exibição da carteira de trabalho por parte do candidato de extrema-direita. Mesmo sendo adversários políticos do deputado federal, auxiliares de Nunes concordaram com a crítica do PSOL, argumentando que o influenciador teria descumprido as regras do debate ao exibir o objeto no palco.
As demais campanhas presentes articulam agora uma ação conjunta contra Marçal, acusando-o de ter violado várias regras, incluindo a proibição de gravação do debate, estipulada no acordo prévio. O confronto entre eles tiveram início quando o deputado do PSOL questionou a presença do influenciador no debate.
Boulos lembrou que o bolsonarista havia prometido, no último debate televisivo, sair da disputa se alguém provasse que ele já havia sido condenado pela Justiça. Em resposta, o deputado publicou nas redes sociais um trecho da sentença que condenou o coach a 4 anos e 5 meses de reclusão em 2010, por furto qualificado, quando o influenciador tinha 18 anos e fazia parte de uma quadrilha especializada em golpes digitais.
O influenciador, por sua vez, defendeu-se dizendo que não cometeu crime e que apenas “trabalhou para um cara consertando computadores”. Ele ainda acusou Boulos de ter sido preso três vezes e comparou o deputado ao presidente Lula, chamando ele de “PT Kids” e “escória da esquerda”.
A troca de farpas continuou, com Boulos listando suas experiências profissionais como professor e acusando Marçal de ser um “coach que ganha dinheiro enganando os outros na internet”. Marçal então se comparou ao Padre Kelmon, personagem polêmico da eleição presidencial de 2022, afirmando que “exorcizaria o demônio com a carteira de trabalho”, insinuando que Boulos nunca trabalhou e chamando-o novamente de “vagabundo”.