Diante das notícias sobre um acordo de delação premiada entre a Polícia Federal e o ex-assistente de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, Michelle Bolsonaro expressou seu medo nesta quinta-feira (7), durante um culto realizado em Brasília.
A ex-primeira-dama subiu ao púlpito da igreja, em lágrimas e com a bandeira do Brasil sobre os ombros, e falou sobre o que ela percebe como “perseguição” e “injustiça”.
“Foi a primeira vez que vi a bandeira do Brasil cair no chão, porque ela é tão viva, tão forte. No entanto, queridos, não podemos perder a esperança”, disse Michelle. “Nossa esperança está em Cristo Jesus. Eles vão nos atacar”
“O Senhor não nos prometeu que seria fácil. Ele disse que seríamos perseguidos, todos aqueles que tivessem Cristo como seu Senhor e Salvador seriam perseguidos, prosseguiu a ex-primeira-dama. “Estamos sendo perseguidos e injustiçados, mas eu sei em quem tenho crido”.
Michelle Bolsonaro, atual presidente do PL Mulher, participou do evento ao lado do ex-presidente e de seus aliados. Na primeira fila, ao lado do casal, estavam o senador Magno Malta (PL-ES) e os deputados Marco Feliciano (PL-SP) e Helio Lopes (PL-RJ), que compartilharam registros da celebração em suas redes sociais.
?RIDÍCULA: Após Mauro Cid se dispor a fazer uma delação premiada, Michelle Bolsonaro fez um discurso falando que estava sendo perseguida! TIC TAC, MISHEIK! pic.twitter.com/HzE1UNRTsw
— PESQUISAS E ANÁLISES ELEIÇÕES (@pesquisas_elige) September 8, 2023
A delação
O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, Mauro Cid, já se ofereceu para falar sobre três temas em sua proposta de delação premiada. O tenente-coronel deve falar sobre as joias sauditas, o esquema de fraude em cartões de vacinação e o plano de golpe de Estado encontrado em seu celular. A informação é do Blog da Andréia Sadi no g1.
Investigadores aceitaram os temas oferecidos, mas integrantes do Ministério Público Federal (MPF) se manifestaram contra a delação de Cid. Fontes da corporação afirmam que o ex-ajudante de Bolsonaro deve indicar que “não tinha autonomia para tomar decisões” e que seguia ordens.
“Sem noção”
Recentemente, membros do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, e até advogados do clã afirmavam que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro não havia entendido a gravidade do inquérito das joias sauditas recebidas e vendidas ilegalmente pela gestão bolsonarista.
As ironias de Michelle sobre a investigação são descritas como “erro” e “falta de noção” por aliados políticos.