VÍDEO – Ministra de Milei ameaça cortar ‘Bolsa Família’ argentino de manifestantes

Atualizado em 19 de dezembro de 2023 às 7:30
A ministra do Capital Humano da Argentina, Sandra Pettovello, durante anúncio nesta segunda-feira (18) — Foto: Reprodução

A ministra do Capital Humano da Argentina, Sandra Pettovello, levanta a possibilidade de cortar programas sociais para quem bloquear ruas durante os próximos protestos, numa resposta direta às mobilizações planejadas por organizações sociais para a próxima quarta-feira (20).

Essa medida surge como a segunda investida do governo do presidente ultradireitista Javier Milei para conter os protestos, que se concentram nas medidas econômicas e no ajuste fiscal, conhecido como “Plano Motoserra”, anunciado em 12 de dezembro. Anteriormente, a ministra da Segurança Nacional, Patrícia Bullrich, já havia ameaçado prender os manifestantes que bloqueassem vias, como parte da primeira investida do governo.

O corte de programas sociais para quem bloqueia ruas durante manifestações foi uma promessa de campanha de Milei, que reiterou o slogan “el que corta no cobra” (“quem corta, não recebe”). Esse lema vai de encontro ao “viva la libertad, carajo” (“viva a liberdade, caramba”), também adotado pelo político.

“Protestar é um direito, mas também é um direito circular livremente pelo território argentino para ir ao local de trabalho”, afirmou Pettovello em um vídeo transmitido nas redes sociais do governo. Ela também fez um apelo às mães que recebem benefícios, alertando: “Quem promover, instigar, organizar ou participar de piquetes perderá todo tipo de diálogo com o Ministério do Capital Humano”.

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Sandra Pettovello e Javier Milei. Foto: reprodução

A ministra ainda anunciou uma auditoria nos beneficiários de programas sociais com o objetivo de eliminar a intermediação, impedindo que líderes de movimentos sociais cadastrem usuários em tais programas. Isso afeta programas como o Potenciar Trabajo, que oferece 78 mil pesos a desempregados.

“Os certificados de presença serão eliminados”, destacou Pettovello, indicando que os responsáveis pelas organizações não poderão acompanhar os manifestantes.

Vale destacar que os protestos convocados pela Unidad Piquetera e pelo Polo Obrero para quarta-feira (20) são uma reação ao plano econômico anunciado pelo ministro da Economia de Milei, Luis Caputo.

As manifestações públicas são comuns na Argentina, refletindo a insatisfação da população com medidas governamentais. As revoltas populares, frequentemente concentradas no centro de Buenos Aires, servem como indicadores da resposta da sociedade aos planos do governo.

O Polo Obrero, um dos principais grupos revoltosos, formado por trabalhadores, desempregados e pessoas de baixa renda, que está organizando uma manifestação em todo o país para o dia 20 de dezembro. O grupo considera inconstitucionais as tentativas do governo Milei de restringir as manifestações.

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