
Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta terça-feira (3) que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) manterá postura inflexível na defesa da democracia, independentemente de ameaças internas ou externas. A declaração ocorreu durante a cerimônia de descerramento de sua foto na galeria de ex-presidentes do TSE, em Brasília.
O evento contou com a presença de autoridades de peso, como o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSD), o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), ministros de Estado e colegas de Moraes no STF.
Durante o discurso, o magistrado destacou que o Brasil, como nação soberana, saberá proteger seu Estado Democrático de Direito, mesmo diante de pressões internacionais: “Pouco importa quem são ou quais serão os inimigos da democracia, os inimigos do Estado de Direito, sejam inimigos nacionais, sejam inimigos internacionais. Um país soberano como o Brasil saberá defender sua democracia”.
“O TSE, a Justiça Eleitoral, o Poder Judiciário brasileiro, nós somos absolutamente inflexíveis na defesa do estado de direito. Esse TSE deu mostras nas sucessivas tentativas de que só tem uma missão, a grande missão de realizar as eleições e de mostrar ao povo que aqueles que a maioria da população escolhe serão empossados e governarão”, declarou ele.
🚨URGENTE – Alexandre de Moraes manda recado para "inimigos internacionais"
"Pouco importa quem são ou quais serão os inimigos da democracia (…) sejam inimigos nacionais, sejam inimigos internacionais. Um país soberano como o Brasil saberá defender sua democracia" pic.twitter.com/QQ38p0exB0
— SPACE LIBERDADE (@NewsLiberdade) June 5, 2025
A fala ocorre no momento em que o STF autorizou a abertura de um inquérito contra o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-RJ), que teria atuado nos Estados Unidos para criticar e tentar constranger o Supremo em relação ao processo sobre a suposta tentativa de golpe articulada em novembro de 2022.
A atuação do filho de Jair Bolsonaro (PL) nos EUA já provocou reações entre autoridades norte-americanas. Em reunião no dia 21 de maio, o deputado republicano Cory Mills questionou supostas práticas de censura no Brasil. O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, demonstrou estar ciente da situação e indicou a possibilidade de sanções contra Alexandre de Moraes.
Essas sanções internacionais poderiam incluir bloqueios de bens, restrições de acesso a contas bancárias e até impedimentos de visto para entrada nos Estados Unidos.
Alexandre de Moraes presidiu o TSE de agosto de 2022 a maio de 2024, período marcado pelas eleições presidenciais de 2022 e os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Durante sua gestão, o ministro reforçou a importância da Justiça Eleitoral como pilar da democracia brasileira.