
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rebateu nesta terça-feira (9) o que chamou de “alegação esdrúxula” feita pelo advogado Matheus Mayer Milanez, que defende o general Augusto Heleno.
Na semana passada, durante a sustentação oral, o advogado pediu a nulidade da ação, alegando que Moraes teria atuado como “juiz inquisidor” ao conduzir e fazer perguntas aos réus durante os depoimentos.
“Ou seja, nós temos uma postura ativa do ministro relator de investigar testemunhas. Por que o Ministério Público não fez isso? Qual o papel do juiz julgador ou é o juiz inquisidor?”, questionou.
Moraes reagiu afirmando que a conduta do magistrado é legítima e necessária: “O juiz, ele não só pode, como deve, fazer perguntas, principalmente nos interrogatórios. Os interrogatórios são exatamente o momento em que a defesa pode expor a sua autodefesa a partir dos réus e, consequentemente, o juiz deve tirar, desde que não se pleiteie o direito ao silêncio, as informações, inclusive, a favor dos réus”.
Na sequência, disparou: “A ideia de que o juiz deve ser uma samambaia jurídica durante o processo não tem nenhuma ligação com o sistema acusatório. Isso é uma alegação esdrúxula.”
Moraes ainda repreendeu o advogado por tentar limitar o número de questionamentos feitos pelos magistrados. “E mais: não cabe a nenhum advogado censurar o magistrado dizendo o número de perguntas que ele deve fazer. Há argumentos jurídicos muito mais importantes do que ficar contando o número de perguntas que o juiz fez”, completou.
O julgamento, retomado nesta terça pela Primeira Turma do STF, deve se estender até sexta-feira (12), quando devem ser divulgadas as penas aos réus do chamado “núcleo crucial” da trama golpista.
Assista abaixo:
O ministro Alexandre de Moraes mostra as travas da chuteira ao afastar as alegações de nulidade: "A ideia de que o juiz deve ser uma SAMAMBAIA JURÍDICA não tem nenhuma relação com o sistema acusatório. Isso é uma alegação esdrúxula". Toma, distraído! pic.twitter.com/HKvS2a5nmd
— Orlando Silva (@orlandosilva) September 9, 2025
Acompanhe o julgamento abaixo: