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Na tarde desta terça-feira (24), o ministro da Defesa, o engenheiro José Múcio Monteiro (PTB), durante uma entrevista com a jornalista Camila Bomfim, da GloboNews, informou que há um “ambiente político muito forte no Exército” e que a troca no comando da corporação no último fim de semana foi “acertada”.
No último sábado (21), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demitiu o comandante do Exército, general Júlio César de Arruda, que entrou no cargo durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O novo comandante anunciado foi o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva.
O ministro da Defesa disse que o petista solicitou que resolvesse a questão envolvendo o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid, o “coronel Cid”, nomeado comandante de um batalhão militar em Goiás. Segundo Múcio, ainda assim, houve “muita dificuldade” em resolver a questão com o Exército.
“Eu estava com dificuldade de tratar deste assunto no comando do Exército, muita dificuldade. Há um espírito de corpo muito forte, há um ambiente político muito forte”, afirmou Múcio na entrevista.
Coronel Cid foi ajudante de ordens do ex-presidente e é alvo de inquérito no STF por suspeita de envolvimento no vazamento de informações sigilosas de uma apuração sobre um suposto ataque hacker ao sistema do TSE.
Além da situação envolvendo o coronel Cid, segundo Múcio, existe outros dois fatores que pesaram na demissão do general arruda: a questão envolvendo os acampamentos antidemocráticos que resultaram nas invasões terroristas e a postura do comandante sobre os atos golpistas dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
“[O que levou à demissão] não era só [a situação] o Cid, outras coisas, a questão dos acampamentos, como se portou de pronto no dia 8. Foi uma série de coisinhas que foram acontecendo. Gosto muito do general Arruda, de quem me tornei amigo. Lamentei bastante [a demissão], mas tem certas decisões que a gente tem que tomar. E tenho absoluta que foi a decisão acertada. Foi o que fizemos e o presidente ficou satisfeito”, disse Múcio.
Veja a entrevista: