
Roberto Campos Neto afirmou que uma mudança na meta de inflação causaria uma “perda de flexibilidade” neste momento. Em entrevista ao Roda Viva nesta segunda (13), o presidente do Banco Central afirmou que a mudança causaria um efeito contrário ao desejado para a calibragem dos juros básicos.
“Eu acho que se fizer uma mudança agora, sem ter um ambiente de tranquilidade, o que vai acontecer é que vai ter um efeito contrário ao desejado: em vez de ganhar flexibilidade, você pode perder flexibilidade”, afirmou.
Atualmente, a meta é de 3,25% para 2023 e 3% para 2024, com 1,5 ponto percentual de tolerância. O número é definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), integrado pelos ministro da Fazenda e do Orçamento, além do presidente do BC.
Campos Neto diz que há muitas divergências entre economistas sobre o tema: enquanto alguns acreditam que a meta atual é muito baixa e ficou difícil de ser atingida porque foi definida no cenário em que se acreditava que a pandemia iria gerar deflação, outro grupo aponta que o aumento da meta seria igualá-la ao que foi projetado pelo mercado e geraria um risco ainda maior.
“Então você não só não vai ganhar flexibilidade, como vai perder. Hoje, eu me situo nesse segundo grupo”, afirmou Campos Neto.
Veja:
"Não entendemos que a meta é um instrumento de política monetária"
Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, responde possibilidade de alteração do atual sistema de metas de inflação. As metas para este e o ano que vem serão alteradas?#RodaViva pic.twitter.com/zZQiAxFfom
— Roda Viva (@rodaviva) February 14, 2023